Como um livro pode ser o início de toda uma ampla pesquisa literária – e que pode inclusive te inspirar a criar a sua obra prima
É comum o mercado inteiro considerar um livro como uma espécie de ponto final de uma jornada de conhecimento. E isso até pode ser (parcialmente) verdade sob a ótica de um autor – mas e do leitor?
Imagine, por exemplo, um livro como Mulheres de Saramago, publicado aqui no Clube. É óbvio que o livro em si já traz toda a sua própria narrativa e os pensamentos do autor – mas, para o leitor, ele pode ser um ponto de partida para uma jornada ainda mais ampla.
A partir desse livro, ele pode se interessar por outras obras, algumas do próprio mestre Saramago. Pode acessar artigos sobre Memorial do Convento ou Ensaio sobre a Cegueira; pode querer ver o filme feito sobre o último; ver entrevistas no Youtube envolvendo Saramago e estudiosos sobre ele; e assim por diante.
Para um leitor interessado, todo livro funciona como uma semente para uma nova árvore de conhecimento, com raízes e galhos imensos que podem se desdobrar até o infinito.
O futuro do livro é ser sempre um novo começo
Nós, aqui no Clube, acreditamos que o futuro do livro seja precisamente isso. Nada de debates infrutíferos sobre ebooks substituindo impressos ou impressos continuando a dominar: sendo franco, discutir a forma da literatura nos parece uma perda de tempo descomunal considerando as tantas transformações pelas quais a literatura como um todo está passando.
Se você é um autor (e mesmo que não seja), deixe todos os seus preconceitos de lado e abrace tudo em relação ao nosso mundo atual. Quer ler, para ficar em um outro exemplo, Morte em Veneza, do brilhante Thomas Mann? Vá também à Wikipedia e pesquise sobre o autor e a obra. Você descobrirá, por exemplo, que o personagem principal se baseia em Mahler. Vá ao Spotify, escute esse gênio da música. Depois volte e leia os contemporâneos de Mann – como Nietzsche, que certamente o inspirou.
Sabe o que acontecerá? Você será dragado por uma espiral filosófica que terá como consequência natural cutucar tantos neurônios que escrever será uma inevitável válvula de escape.
E isso serve para todo e qualquer livro: de Saramago a Mann, de Guimarães Rosa a García-Marquez. Todo e qualquer livro é uma porta aberta para um universo que, via de regra, é maior que ele mesmo.
Por que isso interessa a você, escritor?
Porque pesquisa e inspiração são ingredientes fundamentais para qualquer livro.
Escrever é mais que um ato isolado, hermeticamente trancado dentro de um lampejo de inspiração qualquer: um bom livro depende de boas referências. E não entenda “boas referências” como alguma espécie de juízo de valor sobre um ou outro livro. Toda referência literária pode ser boa desde que o leitor se permita mergulhar aprofundadamente nela, pescando as pérolas que todo autor traz dentro de si.
Quer escrever uma obra prima? Leia, inspire-se. Já dissemos isso algumas vezes e repetimos sempre: não há como ser um bom escritor se você não for um bom leitor.
Por onde começar?
Honestamente, por qualquer livro que chame a sua atenção. Que tal experimentar o épico 1Q84, de Murakami? Ou o surreal Mestre e Margarida, do incrível Bulgakov? Ou um outro livro independente, desses incríveis publicados todos os dias aqui no Clube de Autores?
Não importa o livro por onde você comece: importa que você comece – e que encare a leitura justamente como esse começo de uma jornada que terá como resultado único um texto seu, gerado pelo casamento da sua mente com a coletividade das mentes mais brilhantes do mundo.
A partir daí, é só seguir a cartilha e publicar seu livro, gratuitamente, para todo o mundo. Simples assim.

Escrevi meu primeiro romance em 97 e até hoje não publiquei. Estou no final do segundo, além de escrever, poesias, contos e outros. Descobri que escrever é muito mágico e que amo o que faço, nem que seja para minha apreciação. Gostaria de acordar todos os dias inspirada, só para escrever… escrever…escrever.
Eu por exemplo comecei a ler graças a uma professora de Português que, antes das férias escolares do meio do ano,indicou uma leitura “obrigatória” para uma prova no retorno. Foi polemico,poucas pessoas leram e, no meu caso, foi a melhor missão que eu poderia receber. Não parei mais desde então.
Os gostos são diferenciados.Há aqueles que preferem os ebooks e outros que preferem o livro impresso.Porém acho que não se deve abrir espaço para discussões pois o que deve ser apreciado aqui no clube dos autores é o valor que as obras possuem.Há trabalhos muito bons e autores de muito talento que realmente são dignos de reconhecimento.
Eu concordo com a discussão, argumentação, pontos de vista abordados no texto. Aprecio também a literatura em formato diferenciados, com livros digitais ou impressos, o que importante de verdade, é esta literatura chegar ao público, formar leitores, agradar , tornar o leitor uma pessoa importante dentro do contexto social e cultural. Não podemos deixar que as boas histórias fiquem sem publicação. O clube é uma excelente ferramenta para novos escritores e suas revelações. Nada substitui o livro e vamos lutar para que isso jamais aconteça.
COMO ESCREVER NA PRIMEIRA, SEGUNDA OU TERCEIRA PESSOA? Tire as suas dúvidas neste artigo que está bombando. Pensando na dificuldade que muitos escritores tem quando ficam com dúvidas como escrever a sua obra, qual a narração verbal irá mais conquistar os leitores do mundo todo. Acessem e confiram: http://ciceromattos.blogspot.com.br/2014/03/primeira-segunda-ou-terceira-pessoa.html
Interessante que o livro é o objeto de desejo do autor, do leitor e do editor. Para mim, escrever um livro não foi o ponto final, pelo contrário, foi a letra maiúscula que inicia um parágrafo. Depois dela virão inúmeras palavras, textos, sonhos e realizações. Tenho três livros publicados, e desejo publicar ainda outros livros. Abraços.
Penso que o livro jamais acabará. Falo do livro tradicional, de papel, cujo toque encanta e que, com o passar dos anos se apropria do tempo passado em odores de antigas estantes. Livro é para ser sublinhado, anotado, comentado!