caderno aberto sobre a grama

Epígrafe: o que é e como utilizar o recurso?

Epígrafe significa “escrever em cima de”. Na literatura, é um recurso utilizado logo nas primeiras páginas do livro ou de um capítulo para introduzir a obra dando ao leitor um “gostinho” do que se deseja transmitir nas páginas a seguir. Esse mesmo recurso, em verso ou prosa, pode ser utilizado em textos científicos, como Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) e geralmente traz uma citação de um dos autores referenciados no estudo.

Ao contrário do prefácio e do prólogo, a epígrafe não é tão popular no universo literário – e, mesmo quando utilizada, muitas vezes não é identificada conceitualmente pelos leitores. A principal característica que distingue o recurso dos demais é justamente o elemento interpretativo da epígrafe – a citação de outro autor/obra serve para que o leitor relacione os conteúdos. É como um “ponto de partida” para começar a leitura.

Por que a epígrafe é considerada um intertexto?

O termo “intertextualidade” é utilizado para conceituar o “diálogo” entre dois textos. Ou seja, quando um conteúdo menciona outro que já existe. Desta forma, a epígrafe também pode ser considerada um intertexto, já que o recurso trata-se de uma citação de outros autores/conteúdos para resumir o que vem a seguir.

Leia também: O que é uma antologia literária?

Exemplo de epígrafe:

Maura Montella, em seu livro “Era só para envolver o Lula na Zelotes”, utiliza muito bem o recurso ao abrir sua obra com a frase “O lobo sempre será mau se você apenas ouvir a versão da Chapeuzinho Vermelho”, retirada da internet. O livro conta a história de como seu marido foi preso durante 6 meses durante as investigações da Operação Zelotes, para depois ser absolvido por completo e a citação já anuncia o sentimento de injustiça e impunidade detalhado nas páginas que vem a seguir.

Frase escrita sobre fundo branco O lobo sempre será mau se você apenas ouvir a versão da Chapeuzinho Vermelho
Epígrafe do livro “Era só para envolver o Lula na Zelotes”

A escolha de Maura é genial e um ótimo exemplo para este artigo, já que a economista utiliza uma frase que encontrou pela internet e, mesmo sem saber a autoria, encontrou uma forma de mencioná-la na obra.

E aí, ficou com mais alguma dúvida? Conta pra gente nos comentários!

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Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

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