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Conteúdo digital: análise sobre a produção e faturamento do setor editorial no último ano

O setor editorial brasileiro, particularmente no que se refere ao conteúdo digital, registrou um ano de crescimento promissor em 2023. Segundo o relatório da Nielsem BookData, as editoras registraram uma alta nominal de 39% no faturamento com conteúdo digital, refletindo uma demanda crescente por formatos mais acessíveis e modernos, como e-books e audiolivros

Mesmo ao considerar a inflação do período, o aumento real foi de 33%, um resultado robusto que destaca o avanço contínuo do setor. Este é somente um dos números interessantes que vamos explorar no texto de hoje. 

Confira, abaixo, os principais dados e o que eles significam para o futuro do conteúdo digital no Brasil, além de entender como tudo isso pode significar uma boa oportunidade para os autores independentes. Preparado(a)? Então, boa leitura!

Crescimento do faturamento e principais categorias

O relatório aponta que o setor editorial digital brasileiro teve um faturamento total de 339 milhões de reais, o que representa um crescimento real de 33% em relação ao ano anterior. Esse aumento significativo está diretamente relacionado ao sucesso e bom proveito das plataformas educacionais e bibliotecas virtuais, que tiveram um desempenho acima da média.

  • Plataformas educacionais: registraram uma alta nominal de 68%, destacando-se como uma área de grande demanda, especialmente em tempos de digitalização crescente da educação.
  • Bibliotecas virtuais: também apresentaram uma forte expansão, com alta de 59%.

Esses números indicam que o consumo de conteúdo digital está se diversificando, com o setor educacional puxando boa parte do crescimento. Isso pode ser um reflexo direto da transformação digital que as instituições de ensino e bibliotecas públicas e privadas estão enfrentando.

Setor editorial: produção de e-books e audiolivros

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No último ano, o acervo digital no Brasil atingiu um total de 120 mil títulos, sendo que 14 mil foram lançamentos em 2023. Desses lançamentos:

  • 93% eram e-books, enquanto 7% eram audiolivros, demonstrando que o formato de audiolivro está ganhando espaço, mas ainda representa uma pequena fatia do mercado.

A divisão de gêneros entre os lançamentos é interessante: 

  • 30% de ficção
  • 33% CTP (científicos, técnicos e profissionais), 
  • 31% não-ficção e 
  • 7% voltados para o segmento didático.

Essa diversidade de gêneros é um indicativo de que o público está buscando uma gama mais ampla de conteúdos no formato digital. O crescimento dos audiolivros, embora ainda limitado em volume, reflete uma tendência global de aumento na preferência por conteúdos que podem ser consumidos em qualquer lugar e a qualquer momento.

Vendas e tendências de consumo do setor editorial

Em 2023, foram vendidas 11,5 milhões de unidades de conteúdo digital, das quais: 97% eram e-books e 3% audiolivros.

Entre as categorias mais vendidas: 

  • 38% ficção, 
  • 40% não-ficção e 
  • 22% CTP.

Esses números mostram que, embora o audiolivro esteja crescendo em popularidade, o e-book ainda domina amplamente o mercado digital de livros no Brasil. A predominância de títulos de não-ficção no formato de audiolivro (83% das vendas de audiolivros) também indica que os consumidores estão utilizando esse formato para aprendizado e desenvolvimento pessoal, o que pode estar ligado ao aumento na busca por conhecimento de maneira prática e acessível.

Faturamento a la carte e outros modelos

O relatório também aponta que o faturamento a la carte (não relacionado às assinaturas) foi de 168 milhões de reais, representando um aumento de 23% em relação ao ano anterior. 

A análise detalhada dos números revela que:

  • 99% do faturamento proveniente das vendas a la carte é de e-books, enquanto apenas 1% é de audiolivros.
  • A receita gerada por outras categorias, como bibliotecas virtuais e plataformas educacionais, somou 177 milhões de reais.

Esses dados reforçam a importância crescente de modelos de negócio baseados em assinaturas e plataformas virtuais no setor editorial, com bibliotecas virtuais sendo responsáveis por 122,8 milhões de reais desse montante, seguidas por plataformas educacionais com 4,5 milhões de reais.

Análise geral do setor editorial: bom momento para autores independentes

Embora os dados do relatório sejam focados no mercado editorial tradicional, há lições que os autores independentes podem tirar desse cenário. O crescimento exponencial no consumo de conteúdo digital, a diversificação dos formatos (e-books e audiolivros), e a expansão das bibliotecas virtuais e plataformas educacionais indicam que há um mercado cada vez mais receptivo para novos autores.

A publicação independente no Brasil, já favorecida por plataformas como o Clube de Autores, encontra nesse contexto uma oportunidade ímpar de expansão. O avanço das tecnologias de publicação digital permite que autores publiquem suas obras com facilidade, sem barreiras tradicionais como editoras ou grandes investimentos iniciais.

Além disso, o aumento na procura por conteúdo didático e de não-ficção nos formatos digitais é uma chance para autores desses segmentos explorarem novos públicos e formatos, como os audiolivros. A versatilidade dos formatos digitais, aliados à maior acessibilidade, faz com que a literatura independente tenha espaço garantido no mercado em crescimento.

Conclusão

O relatório da Nielsem BookData confirma o que muitos no setor editorial já suspeitavam: o conteúdo digital está em pleno crescimento, tanto em produção quanto em vendas e faturamento. Este é um reflexo das mudanças nos hábitos de consumo e na forma como as pessoas acessam a informação e o entretenimento.

Para autores independentes, o momento é de aproveitar essas tendências e explorar as oportunidades que o mercado digital oferece. Publicar e-books e audiolivros, diversificar os temas abordados e atender à crescente demanda por conteúdo de não-ficção e educacional são estratégias essenciais para quem deseja prosperar nesse ambiente editorial em transformação.

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