Acaba de ser lançada a segunda edição do livro “Fidus interpres: a prática da tradução profissional”, do tradutor Fabio Said. Publicada no Brasil e nos Estados Unidos em abril de 2010, a primeira edição foi um sucesso. No Brasil, o livro rapidamente chegou à lista dos mais vendidos do Clube de Autores e, mesmo sendo uma autopublicação, sem apoio de marketing de editoras tradicionais, o livro tem conquistado muitos fãs pelo mundo afora.
É o que mostra, por exemplo, a receptividade que o livro obteve em outubro passado, ao ser apresentado à comunidade de tradutores que participaram do mais recente congresso anual da American Translators Association (ATA), em Denver, Estados Unidos, onde o autor fez uma sessão de autógrafos em parceria com uma livraria de Nova York.
O público-alvo do livro são sobretudo tradutores em formação, tradutores em início de carreira e estudantes de tradução, além de outros leitores interessados em adquirir uma introdução detalhada aos mecanismos e práticas do mercado de tradução da atualidade. Os tradutores já estabelecidos também encontram utilidade no livro, pois ele ajuda a consolidar informações.
Assim como a primeira, a segunda edição tem 256 páginas (com projetos gráficos diferentes) contendo capítulos inteiros sobre tradução “juramentada”, marketing para tradutores, técnicas de tradução e ferramentas de tradução. Entre as novidades da segunda edição estão tópicos sobre ética, indicações de colegas e estratégias de uso do maior portal de tradutores do mundo.
O livro deriva do blog de tradução fidusinterpres.com, espaço interativo com um milhão de visitantes únicos em três anos de atividades. O nome “fidus interpres” vem do latim, significa “fiel tradutor” e se tornou popular na literatura medieval. Em harmonia com o termo medieval, a capa do livro exibe a imagem de São Jerônimo, o santo padroeiro dos tradutores, trabalhando em seu escritório de tradução.
Um dos destaques do livro é o levantamento e desconstrução de mitos da tradução. Um mito clássico revela-se em uma velha frase ouvida por muitos tradutores: “Eu mesmo traduziria se tivesse tempo”. Trata-se de uma tentativa de diminuir a importância do tradutor profissional e, às vezes, arrancar um desconto. Outro mito é o do tradutor como “dicionário ambulante” que tem de estar sempre pronto para tirar as dúvidas de tradução dos outros.
As ferramentas de tradução são tema de um longo capítulo. Nele o autor discute as vantagens da chamada memória de tradução. A memória de tradução é um sistema no qual o texto a traduzir é dividido em segmentos, e cada segmento do texto do original é armazenado junto com o segmento do texto da tradução correspondente. Esse sistema, junto com outros recursos, é a base das chamadas ferramentas CAT (“computer-aided translation”, ou tradução assistida por computador). As ferramentas CAT podem aumentar a produtividade dos tradutores e são usadas com eficácia não apenas por tradutores “técnicos”, como também por tradutores de livros.
O livro contém ainda uma discussão sobre a tradução automática – que não deve ser confundida com as ferramentas de tradução – e sobre as implicações dessa tecnologia para o futuro dos tradutores profissionais.
O capítulo mais longo é sobre estratégias de marketing. O autor explica como criar um blog ou site para uso profissional dessa plataforma como ferramenta de marketing. Outras plataformas da Web interativa – a chamada Web 2.0 – também podem ser usadas por tradutores freelancers para captação de clientes e socialização com colegas. O leitor encontrará no livro estratégias para usar o Twitter e o YouTube, por exemplo.
O livro “Fidus interpres: a prática da tradução profissional” pode ser adquirido somente pela internet. Para apresentar a segunda edição, o autor, que mora na Alemanha, está no Brasil para encontros com tradutores.
No dia 14 de maio, foi realizado um encontro de tradutores em Belo Horizonte, Minas Gerais, no qual todos os presentes ganharam uma edição digital do livro e foi sorteado um exemplar impresso. Os participantes puderam comprar o livro diretamente do autor. Semana passada foi a vez de Salvador, na escola de idiomas La Maison Française.
Um livro considerado de nicho, técnico, e que alcança resultados tão positivos sendo uma autopublicação reforça a importância do empenho do autor na divulgação de sua obra. E Fábio Said é, sem dúvidas, um grande exemplo de como utilizar eventos, mídias sociais e outras oportunidade para expor a sua obra e agregar cada vez mais leitores.
Quem quiser conhecer o livro pode fazê-lo clicando aqui ou acessando diretamente o link http://clubedeautores.com.br/book/18886–Fidus_interpres_a_pratica_da_traducao_profissional