Outline significa, literalmente, “esboço”. Trata-se de uma espécie de um mapa mental, no qual os elementos de uma história são listados e organizados hierarquicamente. Normalmente são utilizados nas etapas iniciais da escrita de um livro para rascunhar as ideias de forma estruturada, facilitando a construção do texto.
Mas todo autor precisa, obrigatoriamente, partir de um Outline para escrever uma obra?
Não – afinal, o processo criativo de cada pessoa é único e precisa ser respeitado. O método serve para ajudar o escritor a colocar no papel (ou em qualquer editor de texto) tudo o que está em sua cabeça.
E é justamente sobre isso que falaremos neste artigo. Confira!
O que é outline?
No contexto dos livros, um “outline” refere-se a um esboço ou plano detalhado do conteúdo da obra. Ele é uma ferramenta essencial na fase de planejamento da escrita, auxiliando os autores a organizar suas ideias, a estrutura da narrativa, os capítulos, os personagens (em casos de ficção), e os principais argumentos ou pontos de discussão (em casos de não ficção).
Um outline pode variar bastante em detalhes e formato, dependendo do estilo do autor e do tipo de livro. Alguns escritores preferem outlines muito detalhados que descrevem cada cena ou seção, enquanto outros podem esboçar apenas os pontos principais da trama ou dos capítulos.
A finalidade do outline é servir como um mapa ou guia para a escrita, possibilitando que o autor mantenha a coerência e a lógica na progressão da história ou na argumentação, evitando desvios desnecessários. Ele também pode facilitar a visualização de como as diferentes partes do livro se conectam e se suportam mutuamente, além de ajudar a identificar possíveis lacunas ou problemas na estrutura antes de iniciar a escrita propriamente dita.
Como funcionam os esboços?
Primeiro, é preciso lembrar que o Outline não serve apenas para facilitar a escrita de livros. É possível utilizar essa metodologia para organizar qualquer tipo de ideia.
É como criar uma pasta no Pinterest com várias referências de decoração e começar a organizá-las, eliminando o que não faz tanto sentido para sua reforma, até chegar nas suas ideias favoritas. Ou então, como tentar decidir o tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso – há várias possibilidades, mas nem todas serão viáveis, certo? Um esboço certamente pode ajudá-lo!
Agora, cabe destacar também que não há um único jeito de utilizar a técnica. O Outline pode ser um desenho, uma nuvem de palavras-chave, um esquema com setas…. o que realmente importa é que o formato seja facilmente compreendido e “organize” as ideias a partir de conceitos amplos para, então, chegar nos específicos.
Quais são os formatos mais utilizados para criar um Outline?
Mapa mental
Os “mind maps” são recursos incríveis para quem está começando um projeto. Podem ser feitos à mão, com uma caneta e um papel ou online, por meio de ferramentas como o Miro, por exemplo.
Lista com bulletpoints
As listas são clássicas formas de organizar próximos passos e podem ajudar também na hora de construir esboços. Basta listar vários itens a partir de ideias centrais e começar a organizar tudo o que você já pensou, destacando pontos que precisam ser melhor desenvolvidos.
Mural com post-its
Se você é dos que preferem visualizar grandes esquemas para tomar decisões, escrever as ideias em pedacinhos de papel e organizá-los em um quadro ou parede pode ser uma solução prática. Comece rascunhando itens mais amplos e cole os post-its na ordem que fizerem mais sentido para você inicialmente. Conforme a ideia for tomando forma, certamente haverá mudanças no esquema inicial. Lembre-se de fotografar a versão final para consultar sempre que quiser!
Leia também: Método Snowflake para escrever livros
Dicas para criar seu próprio Outline:
Agora que você já conhece o potencial do esboço hierarquico, é hora de arregaçar as mangas e colocar o conceito em prática. Se você se sente pronto para começar seu próprio rascunho, vá em frente! O jeito certo é aquele que funciona para você.
Mas, caso ainda precise de um empurrãozinho para começar, confira nossas dicas práticas:
- Defina um tema: não é preciso ter muitas coisas definidas por enquanto. Pense de forma ampla e registre o que você já planejou.
- Crie diferentes “caminhos”: trace cenários possíveis para sua história. A partir deles, você poderá rascunhar possibilidades e, mais tarde, poderá inclusive eliminar as tramas que não fizerem tanto sentido.
- Antes de cortar uma ideia por completo, tente desenvolvê-las um pouco mais. Dividir o pensamento em “atos” pode facilitar o processo. Por exemplo, tentar traçar o começo, meio e fim da história a partir de cada caminho são uma forma de visualizar o quão longe cada cenário pode te levar.
Depois de seguir os passos acima, você terá uma visão mais clara sobre tudo o que você já pensou para sua história. Faça esse exercício quantas vezes for necessário – inclusive, é possível repetir a técnica depois de já ter tomado algumas decisões. Assim, pode ser mais fácil chegar nas soluções seguintes!
E e aí, está pronto para começar? Já estamos ansiosos para conhecer seu livro!
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