Clube de Autores na Europa: Hora de preparar o seu contrato para vendas internacionais

Quem acessou o Clube esta semana se deparou com uma novidade: uma atualização dos nossos termos contratuais envolvendo os autores.

Acrescentamos dois novos itens lá, ambos positivos (obviamente) para todos os autores.

Modelos de assinatura passarão a ser contemplados no Clube

O primeiro não tem exatamente muito a ver com a internacionalização e refere-se a uma mudança para que possamos comercializar os livros de todos em formato de assinatura e/ ou biblioteca digital. Este modelo, que tem crescido enormemente em todo o mundo, significa a possibilidade dos usuários lerem parte de um livro, desistirem, voltarem etc. Como funciona em um modelo de empréstimo pago, nenhuma das plataformas de assinatura aceita trabalhar “comprando e revendendo” os livros tal como ocorre com Apple, Kindle, Google e outros. Ao contrário, elas calculam o percentual do livro lido por usuário e remuneram o distribuidor (no caso, o Clube) em 50%. Deste montante, nós remuneramos o autor em 50%. Ou seja: na prática, é como se o autor ganhasse 25% do montante pago sobre seu livro. É simples, prático e, acima de tudo, permite um modelo de ganho adicional aos autores (até porque isso não interfere em nada nos acordos e distribuições que já fazemos com as demais plataformas de ebooks). Para se aprofundar mais, recomendamos que ouça este episódio daqui do nosso podcast.

Mas há um outro ponto aí nesta mesma cláusula de distribuição que, para os mais atentos, certamente não passou desapercebido: a inclusão de audiolivros. Pois é: todas as plataformas de audiolivro (ou pelo menos as mais relevantes) operam segundo o modelo de assinatura. Resultado? Com esse ajuste, nós também passaremos a incluir audiolivros como formato em um futuro próximo. Já estamos fazendo algumas pesquisas há tempos sobre o assunto e, se você estiver interessado, recomendo que ouça o nosso podcast – principalmente este e este episódios. Teremos muitas novidades em breve.

OK, mas… e o que isso tudo tem a ver com a internacionalização do Clube?

Este é o segundo (e talvez mais importante) ponto do termo.

Como imprimiremos fora do Brasil?

Imagine, meu caro colega autor, que você publicou o seu livro no Brasil e ele tem um custo-base de cerca de R$ 30 que, somado aos seus direitos autorais (digamos, de R$ 6), passou a custar R$ 36. Este custo-base inclui, claro, todos os custos de impressão – e não inclui uma vasta gama de impostos isentos para livros no Brasil.

Imagine que este mesmo livro, a partir da internacionalização, passe a ser vendido na Europa. Bom… o custo de impressão europeu é muito, mas muito maior que o brasileiro – e livros na Europa pagam mais de 20% de impostos. Ou seja: se apenas convertêssemos o preço do seu livro ao câmbio do dia, vendê-lo aqui seria impossível.

E esse é o ajuste que faremos.

Com a internacionalização, todos os livros publicados no Brasil terão uma precificação dinâmica quando forem comercializados fora do Brasil. O que isso significa? Que o preço brasileiro, claro, será mantido exatamente como você estipulou para vendas no Brasil; mas, uma vez vendido na Europa, o preço será atualizado de acordo com custos locais, com impostos locais e com uma âncora no preço médio do livro, valor que o europeu já está habituado a pagar por literatura. Essa âncora é fundamental, por exemplo, para nos dar uma base negocial e evitar que preços sejam mais altos do que o que deveriam, mantendo uma viabilidade comercial para a operação.

Como, em todas as vendas internacionais, o autor será remunerado em 20% (da mesma forma que já ocorre no Brasil em vendas por livrarias e marketplaces), esse ajuste no preço impactará o seu ganho. No caso de vendas na Europa, seu ganho por venda será sempre maior do que no Brasil – não há um só país no Velho Mundo onde o preço do livro não seja substancialmente maior que em terras tupiniquins.

Este modelo de precificação dinâmica, meu caro colega autor, é a chave para que sua literatura saia do Brasil e ganhe outros mundos a preços compatíveis com a realidade dos consumidores locais. É uma vantagem e tanto – e algo absolutamente inovador em todo o mercado editorial global.

O que você precisa fazer para aproveitar esse modelo?

Nada. A aplicação dessa atualização será automática e válida para todos os autores com livros distribuídos. Claro: como o autor é rei por aqui, se por algum motivo (estranho) qualquer ele não quiser ampliar as suas vendas, poderá alterar seu status e interromper a distribuição. Essa interrupção será total: o livro deixará de ser distribuído tanto fora quanto dentro do Brasil e será vendido apenas no site do Clube enquanto o autor desejar. Mas, como acreditamos que será a quase totalidade dos casos, se o autor não fizer nada, a distribuição começará automaticamente.

E é isso. Feito esse ajuste, sua literatura estará pronta para ganhar milhões de novos leitores em um novo continente.

Quando? Em janeiro. Ou seja: em pouquíssimo tempo.

A ser continuado na próxima terça-feira

Acompanhe a jornada do Clube de Autores para novos mercados, em tempo real, neste link: www.clubedeautores.com.br/jornada