Temos feito, nas últimas semanas, uma série de episódios sobre audiolivros. Situação e evolução do mercado, maneiras disruptivas de encará-lo e formas que autores independentes podem mergulhar em um universo que, se ainda não é um mercado de massa no Brasil, está indubitavelmente prestes a se tornar.
Já falamos com o Carlo Carrenho, um dos mais experientes profissionais do mercado editorial, diretamente da Suécia – a meca do áudio. Falamos com o Rui Vasconcelos, da Radiobooks, e sua tecnologia promissora de usar inteligência artificial para gravar os livros, dispensando a necessidade de estúdio, de narradores e de muitos e muitos reais. E falamos com o Edu Albano, da UBook, maior plataforma latinoamericana de audiolivros. O Albano comentou de uma alternativa simples, porém importante, que todo autor pode ter à mão: gravar os seus próprios livros (da mesma forma, aliás, que ele já se autopublica aqui no Clube de Autores).
As ressalvas foram pontuadas por ele e repetidas, afora, por mim: se a qualidade do áudio não estiver muito, muito boa, o ouvinte-leitor certamente desistirá no meio do caminho.
Bom… essa é a deixa para eu introduzir o convidado de hoje: Gabriel Pereira Gonçalves de Freitas, da Produtora Pulsante, que pode iluminar como ninguém mais o caminho para que alguém se auto-grave (até porque esse é o seu trabalho há anos).
Criado em uma família que sempre gostou muito de música, Gabriel se descobriu músico aos 12 anos, quando se juntou com mais 5 amigos guitarristas que precisavam de alguém que cantasse para participarem de um festival de na escola. Essa experiência abriu caminhos para que sua paixão pela música aumentasse consideravelmente e ainda trouxe um “algo a mais”, a grata experiência de subir num palco, cantar e efetivamente viver de som.
Entre muitos shows, ensaios, festivais e roubadas, é claro, o áudio foi chamando sua atenção e interesse. Montou então um estúdio com um amigo para tentar viver disso. Foi uma experiência muito enriquecedora profissionalmente mas o negócio em si não deu certo. As bandas foram acabando e a responsabilidade financeira foi falando mais alto e moldando novos caminhos. Aos 26, depois de 3 anos num emprego totalmente fora da área musical, decide voltar para a área nem que fosse “pra enrolar cabos e/ou limpar o chão”, contanto que fosse em algum estúdio de gravação bacana.
Uma semana após essa decisão, uma amiga que trabalhava com audiovisual e que estava sabendo da decisão, o chamou para uma entrevista de trabalho como sonoplasta, algo que nunca imaginara ser. A proposta de salário era quase o triplo do que ganhava na época e o trabalho em si era muito melhor do que sequer pudera imaginar: editar músicas e efeitos sonoros para matérias do programa que se tornaria uma febre nacional e referência em todos os aspectos de edição de áudio e vídeo, o CQC. Foram 7 anos de muitos aprendizados, desafios e conquistas. Depois disso, editou projetos como Masterchef Jr (Band), Canta Comigo (Record), fez sonoplastia para o The Wall (Luciano Huck, Globo), foi DJ em casamentos, e, em 2016 criou, com mais dois amigos, a Produtora Pulsante, para realizar a vontade de permanecer no audiovisual e no mundo do podcast. E é à frente da Pulsante que ele edita não apenas este podcast, mas uma série de outros em todos os segmentos de mercado, fazendo histórias voarem cada vez mais longe por ondas sonoras.
Como ouvir este episódio e assinar o podcast?
Você pode ouvir e assinar este episódio no seu agregador favorito de podcast: Spotify, Apple, Stitcher, Amazon e GooglePodcasts.
Os episódios do Pensática Podcast são disponibilizados semanalmente, toda segunda-feira, às 9 da manhã. Para saber mais, acesse a página do podcast com a relação de todos os episódios!