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25 livros escritos por mulheres para ler em 2020

O mês de março é sempre cheio de discursos pró-feminismo e de enaltecimento da mulher: sensível, batalhadora, delicada… todos os adjetivos femininos vêm acompanhados de flores e “parabéns pelo seu dia”. 

Não é que seja errado se orgulhar de ser mulher ou agradecer por tudo o que elas fazem no dia 8 de março, mas sim reconhecer que um único dia não redime os crimes de feminicídio, a desigualdade salarial, o machismo no trabalho e em casa, o assédio na rua… enfim! O que as mulheres querem, no 8 de março (e em todos os outros 364 dias do ano) é igualdade, respeito e segurança. 

E, que tal exercitarmos um pouco de empatia e aprendermos mais sobre o que é ser mulher? Negra, estrangeira, trans, travesti, branca, homo ou heterossexual. 

Por isso, criamos uma lista com 25 livros escritos por mulheres para ler em 2020. Afinal, ler mulheres também é uma forma de valorizá-las e de ouvir o que elas têm a dizer. 

Extra: como criar um diário de leitura.

Confira a lista completa!

1. Outros jeitos de usar a boca, Rupi Kaur

Rupi é uma poeta feminista de 27 anos nascida na índia e criada no Canadá. O livro fala sobre menstruação, abuso, sororidade, família e relacionamentos. Vale comentar que a primeira publicação de “Outros jeitos de usar a boca” foi feita de forma independente via Amazon. Em 2015, a autora relançou o livro e atingiu a marca de best seller do New York Times, lá permanecendo por 25 semanas consecutivas. 

2. Os homens explicam tudo para mim, Rebecca Solnit

O título desta obra é bastante chamativo e, por si só, já sugere uma conversa informal com a autora. Essa impressão é reforçada ao longo da narrativa com tom irônico, dividida em sete histórias diferentes, contando situações em que os homens acreditam saber mais do que as mulheres. É um livro bastante reflexivo e que pode levantar muitas discussões sobre gênero e o comportamento da sociedade.

 “Quando um homem diz para uma mulher, categoricamente, que ele sabe do que está falando e ela não, mesmo que isso seja uma parte mínima de uma conversa, perpetua a feiura deste mundo e tira dele a sua luz” – Trecho extraído do livro.

3. Feminismo, uma busca pela igualdade de gênero, Bianca Rubim

Bianca Rubim fala sobre a sociedade patriarcal e sexista e os modelos de mulher definidos pelo patriarcado. Neste livro, publicado via Clube de Autores, a escritora feminista provoca os leitores a imaginarem uma sociedade igualitária, sem conteúdos machistas e perigos para a mulher.

4. Quem tem medo do feminismo negro?, Djamila Ribeiro

A frase que abre a descrição do livro, somado ao título da obra nos contam um pouco sobre o texto: “Um livro essencial e urgente, pois enquanto mulheres negras seguirem sendo alvo de constantes ataques, a humanidade toda corre perigo.”

Djamila, filósofa e militante, fala sobre sua infância e o pouco contato com autoras negras, além de explicar a importância da representatividade – e não apenas da mulher, mas de pessoas negras e orgulhosas de suas raízes. O livro foi lançado em 2018 e é classificado como uma autobiografia.

5. Mulheres incríveis, Kate Schatz

Quem são nossos maiores exemplos femininos? Neste livro, são apresentadas 44 mulheres incríveis que abriram caminho para que outras mulheres, agora ou no futuro, também possam viver de forma mais igualitária. 

“Feche seus olhos e pense numa pirata. Agora imagine uma espiã. Ou uma presidenta. Pense numa guerreira em ação. Uma grande pintora ou na maior jogadora de futebol de sua época. Estas são apenas algumas das mulheres incríveis que você encontrará neste livro.”  – Trecho extraído do livro.

6. Mulheres na luta, Marta Breen

Você conhece a história do movimento feminista? Neste livro, Marta Breen explica os mais de 150 anos de luta das mulheres por liberdade e igualdade, do princípio aos dias atuais. A obra em quadrinhos é didática e cria um panorama das batalhas históricas enfrentadas (e das que ainda serão travadas). 

7. Igualdade de Gênero x Feminismo, Bianca Rubim

A pesquisa de Bianca Rubim identifica as principais diferenças de sexo e gênero, além dos conceitos que reforçam a discriminação contra as mulheres. Muito além de um livro argumentativo, a escritora apresenta um estudo completo sobre o sexo feminino a partir de inúmeros historiadores, provocando reflexão sobre o feminismo e o alto grau de violência contra a mulher. A obra também foi publicada através do Clube de Autores.

8. Americanah, Chimamanda Ngozi Adichie 

Chimamanda é uma das autoras nigerianas mais populares da atualidade. Militante, ela rompe a bolha do feminismo europeu e coloca em pauta outros ângulos do movimento. Em seu livro, “Americanah”, conta a história de amor entre Ifemelu e Obinze em meio a movimentos migratórios e questões de gênero e raça. A obra foi lançada em 2013 e também classificada como best seller.

9. Minha história, Michelle Obama

Todo mundo conhece a esposa do ex-presidente dos Estados Unidos como “a primeira dama”. Porém, realmente sabemos que é Michelle Obama? Mulher, negra, advogada, esposa, mãe, defensora dos direitos humanos… Em sua autobiografia lançada em 2019,  Michelle detalha sua infância e juventude, questões raciais, suas escolhas profissionais e pessoais. O livro é leve, fluído e fácil de ler. Além disso, apresenta a Casa Branca de outros ângulos. 

10. O ano que eu disse sim, Shonda Rhimes

Grey’s Anatomy, Scandal, Private Practice… Shonda é responsável por ter dado vida a alguns dos personagens mais amados do universo dos seriados. Além de escritora e produtora, também é mãe, gosta de vinho e pipoca, de ficar em casa e odeia eventos públicos. Mas como conciliar tudo isso? Em seu livro, “O ano que eu disse sim”, a escritora conta como aprendeu a se abrir para novas coisas e a valorizar o que realmente importa.

11. A guerra não tem rosto de mulher, Svetlana Aleksiévitch

Esta obra incrível apresenta a Segunda Guerra Mundial sob a ótica das soldadas soviéticas. Svetlana dá voz às mulheres que passaram frio, fome e foram violentadas sexualmente durante as batalhas, resgatando a memória de mais de um milhão de soldadas que nunca tiveram sua história contada. 

12. Eu sou Malala, Malala Yousafzai

“Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que privilegia filhos homens.” Em seu livro, Malala Yousafzai conta como levantou a voz por seu direito à educação quando o Talibã assumiu o controle do Vale do Swat. Após ser atingida por um tiro à queima roupa, Malala sobreviveu e tornou-se um símbolo de protesto pacífico, além de ser a candidata mais jovem a receber o Prêmio Nobel. 

13. O peso do pássaro morto, Aline Bei

Em seu romance de estreia, Aline Bei narra a vida de uma mulher, dos 8 aos 52 anos. Dos acontecimentos cotidianos até as tragédias mais impactantes. O livro é inspirado em acontecimentos da infância da autora paulista de 30 anos, que abre a orelha da obra com a frase “Quantas perdas cabem na vida de uma mulher?”.

14. As mulheres no cangaço, Teresa Raquel Nogueira

Qual foi o papel social desempenhado pelas mulheres nos bandos de Lampião? Neste livro publicado via Clube de Autores, Teresa Nogueira resgata a imagem das mulheres no contexto do cangaço, suas influências e o risco que representava, para a estrutura e manutenção dos grupos. Conheça a história de Maria Bonita, Dadá, Sila, Adília, Lídia e tantas!

15. Mama, Marcela Tiboni

O livro “Mama” conta a história de duas mulheres que resolvem ter filhos e como lidaram com os desafios da maternidade homoafetiva. Marcela Tiboni abre diálogo para falar sobre os tabus da gravidez entre mulheres e o relacionamento lésbico narrando sua própria caminhada. 

“… tenho a impressão de ver uma pequenina gota de leite se formar no bico do meu peito, mas, no instante seguinte, a água do chuveiro arrasta tudo e a gota, possivelmente ilusória, se desfaz. Fico encucada, será mesmo leite?” – Trecho extraído do livro.

16. Eu, travesti, Luísa Marilac e Nana Queiroz 

O livro “Eu, travesti” é uma biografia da ativista Luísa Marilac, escrita pela autora Nana Queiroz (que também escreveu a obra “Presos que menstruam”).
A narrativa apresenta a história de Luísa, desde quando assumiu-se travesti, aos 17 anos, até os traumas da transição de gênero em uma família conservadora. Em sua trajetória, antes de viralizar no YouTube, a ativista revela que levou 16 facadas, foi vítima de tráfico sexual na Europa, prostituiu-se e foi estuprada. O livro é dedicado “a todas as travestis que nunca viveram para contar suas histórias”.

17. Mulheres e as caças às bruxas, Silvia Federici

Nesta obra, Silvia Federici resgata a história das perseguições de bruxas na Europa, tomando as mulheres como alvos principais. Além disso, aponta as principais consequências sociais da caça: na sexualidade feminina e na linguagem, por exemplo, e como essas perseguições se repetem na atualidade, sob diferentes formas.

 18. Mulheres empreendedoras, Beth Pinheiro

Quais são os desafios de empreender no Brasil? E quando se é mãe, esposa e responsável pelo lar? Neste livro publicado via Clube de Autores, Beth Pinheiro fala sobre as dificuldades de ser uma mulher empreendedora e dá dicas de como superar os obstáculos das desigualdades sociais!

19. Mulheres que correm com lobos, Clarissa Pinkola Estés

Composto por 19 mitos, lendas e contos de fada, o livro de Clarissa ficou durante um ano na lista de mais vendidos dos Estados Unidos. As histórias contam como a mulher foi domesticada ao longo dos anos, tendo seus instintos naturais transformados em artificiais para agradar a sociedade. Em seu livro, a analista junguiana resgata os estudos sobre o sagrado feminino e apresenta a relação entre mulheres e lobos.

20. Sobre os ossos dos mortos, Olga Tokarczuk

Lançado em novembro de 2019, o livro apresenta uma história macabra e bem humorada de crime. Em sua nova obra, Olga, que foi vencedora do Prêmio Nobel de Literatura, provoca reflexão sobre a condição humana, injustiça e direitos dos animais.

21. Eu não sou uma mulher?, Bell Hooks

Neste livro, inspirado no discurso de Sojourner Truth, mulher negra, escravizada e liberta, na Women’s Convention (1851), Bell Hooks discute o racismo e sexismo presente no movimento feminista e pelos direitos civis. É, com certeza, uma obra fundamental para quem luta por um mundo mais igualitário.

22. Mulheres amazonas e o poder patriarcal, Vilma Pereira

Neste livro publicado via Clube de Autores, Vilma Pereira recupera o Mito das Mulheres Guerreiras Amazonas, desconstruindo lendas do mundo Antigo. A escritora faz uma retrospectiva sobre a influência da sociedade matriarcal na antiguidade e apresenta um panorama da Grécia Antiga e do Mundo Árabe, abordando a primeira derrota islâmica por uma mulher. 

23. O mito da beleza, Naomi Wolf

Em sua obra, a jornalista Naomi explica como o mito da beleza e da juventude são estimulados pelo patriarcado como forma de controle social, além de reforçar que as imagens da beleza são usadas contra as mulheres – projetando distúrbios mentais e alimentares. É um clássico indispensável da terceira onda feminista, repleto de realidade dos dias atuais.

24. Maternidade

“Maternidade”, escrito pela canadense Sheila Heti provoca os leitores a refletir sobre o desejo e o dever de ter filhos. A autora apresenta os ganhos e perdas de ser mãe e todas as suas consequências através de uma narrativa intimista, a procura da resposta para as questões da personagem (que, de certa forma, acaba sendo a realidade de muitas mulheres).

25. Ela disse, Megan Twohey e Jodi Kantor

O livro conta os bastidores da reportagem que impulsionou o movimento #MeToo, após a exposição dos casos de assédio de Harvey Weinstein, produtor de Hollywood. Após as revelações das jornalistas responsáveis pela investigação, mulheres (famosas e desconhecidas), compartilharam suas histórias como vítimas de assédio e colocou o assunto nos holofotes, com repercussão global.

E você, o que achou da lista? Aproveite para recomendar outros títulos nos comentários!

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Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

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