Entre todos os acontecimentos que ficam guardados pra sempre na memória, certamente o futebol tem um lugar reservado nas primeiras filas. As vitórias da seleção, a cabeçada de Zidane, a última copa do mundo feminina ou o 7×1 entre Alemanha e Brasil – lembranças que serão narradas às próximas gerações e resgatadas de tempos em tempos.
E por que não recontar essas histórias em livros?
Foi exatamente o que o jornalista gaúcho André Baibich fez, em sua obra, publicada via Clube de Autores em junho deste ano.
Conheça o livro Reis do Rio.
“Como repórter, sempre gostei de reportagens especiais, mais elaboradas, com pesquisa histórica e diversas entrevistas para reconstruir um determinado período de tempo. O livro, no fim das contas, é uma ampliação desse tipo de trabalho”, explica o jornalista. “Recorri à memória daquele Campeonato Carioca de 1995 e percebi que poderia ser um momento rico de grandes histórias. A pesquisa em jornais da época me deu essa certeza, e segui adiante com o trabalho”, completa.
O livro resgata a corrida pelo título de “rei” do Rio de Janeiro em 1995, protagonizada por Renato Portaluppi, do Fluminense, Túlio Maravilha, do Botafogo e Romário, do Flamengo. Dividido entre pesquisas, memórias e entrevistas, a obra apresenta histórias pré, durante e pós campeonato, que terminou com a vitória do Fluminense e um gol de barriga de Portaluppi.
Como foi o processo de escrita do livro:
“Escrever sempre carrega um tanto de sofrimento. Você redige, lê, fica insatisfeito com alguma palavra mal colocada, retoma o trabalho, melhora aquele trecho e vai adiante. Isso é feito em cada parágrafo, em cada descrição de um acontecimento. Sempre transpirei mais do que me inspirei na hora de escrever,” desabafa o jornalista.
André confessa, ainda, que inveja quem senta em frente ao computador e despeja um texto correto, conciso e agradável logo na primeira tentativa – prova que até mesmo os escritores mais familiarizados com o processo precisam revisitar suas obras e revisar o texto antes de terem uma versão final.
Revivendo o campeonato
Durante a disputa de 95, André Baibich tinha apenas 11 anos, e acompanhou os jogos pela televisão, em sua casa em Porto Alegre. Agora com 36 e mesmo já sabendo do resultado da final, a emoção continuou fazendo parte experiência.
De acordo com o autor, o contato com grandes nomes do futebol foi natural, por conta de suas experiências anteriores na comunicação. Curiosamente, as entrevistas com pessoas menos famosas foram as que chamaram mais a atenção do autor.
“O ex-roupeiro do Fluminense, o amigo de um dos protagonistas… São pessoas que estiveram muito próximas do que aconteceu e não têm qualquer receio de contar o que testemunharam. Para um repórter, é a combinação perfeita”, explica.
Para ele, a entrevista mais importante foi com o jornalista Gilmar Ferreira, hoje colunista do jornal Extra, do Rio de Janeiro, que em 1995 era repórter do Jornal do Brasil. Por ser amigo de Romário, testemunhou momentos importantes e, como não foi possível falar com Romário, Gilmar ajudou na construção do perfil do jogador do Flamengo, contribuindo muito para a narrativa do livro.
Sobre a escolha da autopublicação:
O livro foi lançado através da nossa plataforma de autopublicação e logo ganhou destaque na mídia, protagonizando matérias na Gaúcha ZH, Esdatão e Isto é.
Para o autor, a publicação independente foi uma opção diante do momento turbulento que vivemos. “Eu havia submetido uma primeira versão do livro para avaliação de uma editora, mas esse processo foi interrompido, já que a editora teve de suspender novos projetos com a pandemia”, explica.
Para não perder o marco de 25 anos da decisão do Campeonato Carioca de 95 (25 de junho), André procurou outras formas de lançar a obra, sem desperdiçar o trabalho de um ano e meio. “O Clube de Autores foi uma alternativa simples, ágil e com excelente atendimento para esclarecer eventuais dúvidas no processo,” conta.
Saiba mais sobre momentos estratégicos para lançar uma obra.
O jornalista, que já pensa em publicar outras obras, conta ainda que a experiência de lançar um livro é marcante. “Fica um sentimento de realização por ter finalizado um projeto que consumiu tantas horas de trabalho”, completa.