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O que é distopia e como usá-la em livros de ficção?

Sabe aquela história fantasiosa que parece um pouco com a realidade, mas de forma bastante exagerada? É sobre ela que vamos falar neste artigo. Confira!

O que é distopia?

Distopia significa “lugar ruim”. É o antônimo de utopia, o “lugar ideal”. 

Na literatura, as obras distópicas são construídas a partir de problemas reais, mas em maiores proporções. É como olhar para o mundo como o conhecemos só que à distância, partindo do princípio que tudo deu errado. 

Esse tipo de história é bastante popular, principalmente entre os mais jovens, justamente porque aborda temas existentes em nossa realidade e mostram como tudo pode se transformar se não “tratarmos o problema”. São ficções inspiradas no que já conhecemos. 

Exemplo de distopia: Série Watchmen

A série lançada em 2019 apresenta um cenário futurista em um contexto do presente. A história se passa justamente no ano em que vivemos. 

Todo o roteiro é baseado nos HQs de mesmo nome, mas sem repetir a história. Enquanto os quadrinhos retratam a Guerra Fria somada à fantasia de super-herõis combatendo vilões reais (como o nazismo), a série apresenta uma trama totalmente nova, construída a partir  do que aconteceu anteriormente. Nela, os Vigilantes também pertencem ao grupo que busca justiça, mas em um universo dominado pela supremacia branca, tendo que combater a 7ª Kavalaria, extremistas brancos com ódio declarado aos negros. 

A série retrata nosso mundo em um cenário distópico, provocando os fãs a refletirem sobre o quão próximo os elementos estão de nossa realidade. 

Como criar uma realidade distópica em um livro? Dicas do Clube de Autores:

1. Observe os problemas do mundo

Na distopia, não necessariamente precisamos nos ater ao que já existe de ruim em nossa realidade, mas esse gatilho ajuda a prender a atenção do leitor, que irá traçar paralelos com suas próprias experiências no tema. 

Ou seja, assim que o assunto da história for definido, vale observar a realidade para encontrar elementos que podem ser ampliados e transformados em desgraça para a ficção.

2. Não conte tudo ao leitor

O famoso “show, don’t’ tell” é válido para essa categoria. O ideal neste formato é que o leitor descubra sozinho as semelhanças com a realidade. Acrescente detalhes sutis e integrados à história para apimentar a obra e instigue a imaginação. Um bom exemplo de como fazer isso pode ser observado no filme coreano Parasita. Basicamente, vale mostrar esse novo universo, encher de detalhes e sentimentos. A conclusão fica a cargo de quem está lendo.

3. Fuja do clichê

Você pode criar uma realidade perfeita, projetada para resolver todos os problemas do mundo, mas cheias de rachaduras que vão expondo, aos poucos, uma realidade distópica. Esse cenário é visto na série brasileira 3%, da Netflix, que retrata dois lados completamente diferentes: um é perfeito, sem crimes, miséria ou conflitos; o outro é violento, pobre e luta pela sobrevivência. Porém, ao longo da narrativa que acontece no pior cenário, descobrimos problemas na estrutura impecável do “Outro Lado”.

Além disso, acrescente elementos fantasiosos à narrativa, que deixem evidente ao leitor que o objetivo da obra não é retratar a realidade, apenas aproveitar-se do que já existe para criar novas histórias!

E aí, está pronto para escrever uma obra completamente fora da casinha? =)

Conta pra gente nos comentários quais outras histórias utilizam as características da distopia e ajude-nos a inspirar outros autores. 

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Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

3 comentários em “O que é distopia e como usá-la em livros de ficção?

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