Você passou páginas e páginas preparando seu leitor. Descreveu ambientes, situações, pensamentos. Conseguiu transmitir todos os sentimentos de forma satisfatória. Envolveu o público. Criou personagens marcantes e personalidades críveis. Está tudo indo bem. Até que, na hora de criar diálogos, você trava e não consegue colocar entre aspas o que faria tão bem em forma de narração. Falta alguma coisa, as palavras parecem falsas, o tom de voz não está certo.
E aí, o que fazer? Normalmente quando isso acontece é porque o escritor não sente que seus diálogos são realistas e plausíveis. Aprenda, no texto de hoje, a criar diálogos incríveis! Boa leitura!
Erros comuns na criação de diálogos em livros
De duas, uma: ou o autor está utilizando um formato informal demais, tentando copiar fielmente a realidade, ou está forçando palavras muito formais e que não condizem muito com o contexto da narrativa.
Confira alguns erros que podem prejudicar sua escrita:
- Falta de padrão nas falas, tornando o personagem confuso ou deslocado;
- Falta de reações – gemidos, risadas, gritos de raiva ou alegria são fundamentais para conferir características humanas (e animalescas) aos personagens;
- Diálogos muito parecidos: cada personagem é único e precisa ter seu próprio estilo de fala. Se o leitor não puder distinguir com facilidade o autor da frase, pode ficar difícil compreender o enredo.
Como criar diálogos realistas?
A solução é testar diferentes formas de diálogo (e não apenas introduzir as falas). Confira algumas dicas abaixo:
- Descreva reações, sons e movimentos. O mundo não para só porque alguém abriu a boca e é fundamental situar o leitor sobre tudo o que está acontecendo enquanto dois personagens conversam;
- Não exagere em gírias, mas não deixe de usá-las quando for necessário Por isso, a pesquisa é fundamental durante o processo de escrita: quem eram as influências musicais da época? Com quem os personagens gostariam de se parecer? Qual era o cenário político? Tudo isso pode influenciar muito na forma de falar;
- Crie frases curtas, diretas e simples. Caso contrário, seus leitores não acreditarão em seu discurso. Ninguém fala por dez minutos sem interrupção.
- Crie diálogos indispensáveis. Aproveite esses espaços para imprimir ao máximo a personalidade de cada personagem e conquiste o coração de seus leitores com elas.
- Escreva falas considerando sempre o tipo de narrador da sua história. Caso o enredo seja descrito em primeira pessoa, algumas informações precisam ser ditas por personagens secundários para que tudo faça sentido – afinal, o personagem principal precisa de insumos para fundamentar suas teorias, emoções e anseios.
E você? Tem outras dicas para criação de diálogos? Conta pra gente nos comentários! :)
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*Parte deste conteúdo foi extraído do livro autoral do Clube: 75 dicas para publicar um livro.
Olá, Pessoal!
Deram uma escorregadinha em “(…) Descreva reações, sons e movimentos. O mundo não para só porque alguém abriu a boca e é fundamental cituar o leitor sobre tudo o que está acontecendo enquanto dois personagens conversam;”. O correto é SITUAR (com “s”).
Também senti a falta de alguns exemplos…?!
Oi, Raciel!
Epa, obrigado pelo alerta. Já ajustamos :)