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Sobre o livro: Rios Invisíveis da Metrópole Mineira

Não é possível encontrar uma única definição para o poder dos livros e de seu impacto na construção de uma sociedade mais crítica. 

Toda obra é importante – seja por educar crianças e ajudar no período de alfabetização, por criar um universo novo, pronto para ser explorado, ou por resgatar a memória de lugares. E é sobre este último formato que falaremos neste artigo. 

A obra: Rios Invisíveis da Metrópole Mineira

O livro conta, logo nas primeiras páginas, que entre os motivos da escolha de Belo Horizonte como capital do estado de Minas Gerais, estava a abundância de nascentes e córregos – o que provou-se um motivo contraditório, já que apenas 10 anos após sua inauguração, apresentava indícios da falta de água. 

Os rios, antes limpos e populados por peixes, foram poluídos. A movimentação de terras, o desmatamento, o direcionamento dos esgotos para os cursos d’água… tudo isso contribuiu para que a metrópole mineira apagasse de sua memória importantes concentrações de água. Hoje, a cidade paga o preço por décadas de decisões inadequadas (e que continuam sendo tomadas). 

“É importante a compreensão de que temos uma imensa caixa d’água sob nossos pés”, alerta Borsagli na sinópse estampado na contra capa da obra, “assumir que as águas existem e que ou aprendemos a conviver com elas ou a vazão nas torneiras vai diminuir na mesma medida que as enchentes vão aumentar”, completa o autor logo na apresentação do livro.

A obra traz aos leitores um pouco da história urbana de Belo Horizonte, resgatando os “rios invisíveis” por muito tempo esquecidos. Explica como surgiram os primeiros problemas com água na metrópole e as decisões tendenciosas tomadas por governantes. Ao mesmo tempo, provoca a reflexão sobre futuras decisões e a necessidade de intervenção para solução dos problemas atuais.

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Segundo o autor, a ideia para o livro começou a se materializar por volta de 2010, a partir de seu aprofundamento em pesquisas sobre a geografia de Belo Horizonte. “Foi um caminho natural, pela quantidade de informações que foram surgindo ao longo das pesquisas”, conta. Depois disso, Borsagli ainda utilizou o estudo como base para sua dissertação de mestrado. 

Estudamos história desde o primeiro ano da escola, porque sabemos que a memória é importante não somente para explicar as raízes que nos trazem até o presente momento, mas também para aprender com os erros do passado e evitar que aconteçam novamente no futuro. 

Ao longo da narrativa, são apresentados diversas situações que resultaram no atual contexto hidrográfico de Belo Horizonte, como a falta de planejamento e utilização de métodos falhos. Entre eles, o autor considera intervenção do poder público na rede hidrográfica o mais grave, porque foi, muitas vezes, motivado pela submissão a grupos de interesse, que poderiam lucrar com as consequências das intervenções, visto que não resolveram os problemas urbanos, mas criaram novas oportunidades de ganhar dinheiro. 

O autor acredita que o resgate da memória urbana de BH ajuda a explicar as alternativas existentes para que a população possa exigir a soluções que não se resumem a canalização e retificação. “Alternativas existem e o livro procura explicitar isso, cabe a população ter acesso a alternativas até então ignoradas pelas administrações municipais e exigir a aplicação delas”, explica.

Quem é o autor? 

Alessandro Borsagli é graduado em Geografia e também atua no campo de pesquisa do espaço urbano, com foco em geografia urbana e história das cidades. 

Borsagli também é autor do site Curral del Rey, onde discute as principais mudanças do espaço urbano da capital mineira desde a fundação do arraial do Curral del Rey, no século XVIII.  

Sobre o processo de publicação:

O autor conta que escolheu lançar sua obra de forma independente pela facilidade de publicação. Além disso, com este formato teria mais independência no processo de elaboração e diagramação, por exemplo.

Rios Invisíveis foi apenas o pontapé inicial da história do autor com a publicação independente. Após o lançamento da primeira obra, Alessandro Borsagli publicou outros 9 livros através do Clube de Autores. 

Apesar de não ter criado estratégias de lançamento, seus livros foram muito bem recebidos no mercado editorial. O autor, considerado best seller no Clube, vendeu mais de mil exemplares (somando todas as obras). Prova que informação de qualidade e dedicação ao tema são fundamentais para o sucesso no universo literário. 

“A surpresa foi a reação do público sobre um assunto tão específico, a lembrança dos rios dentro da cidade ainda é muito forte em parte da população, positiva ou negativa”, confessa.

Palavras do autor

Quando questionado sobre quais dicas daria para estudantes que, assim como ele, também planejam transformar suas pesquisas em livros, Alessandro respondeu “dedicação, seriedade e ética na hora de realizar a pesquisa”.

Para saber mais sobre o autor, acesse o site Curral del Rey. Você também pode segui-lo em sua página oficial no Facebook e conhecer todas as publicações de Alessandro no site do Clube de Autores.

#LeiaAutoresIndependentes

Este é o primeiro artigo da série #LeiaAutoresIndependentes – um projeto criado pelo Clube de Autores para valorizar as publicações autorais. Para continuar conhecendo as obras publicadas por aqui, acompanhe nosso blog e Instagram :) 

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Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

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