Explorar novas formas de se escrever é sempre algo saudável para escritores – principalmente quando acabamos desbravando novos estilos com os quais podemos buscar inspiração.
Afinal, de García Marquez a Saramago, muitos dos maiores gênios da literatura praticamente criaram seus próprios dialetos ao brincar com palavras, concordâncias e pontuações, usando a forma (em uma espécie de licença poética gramatical) como um dos ingredientes das tramas.
Pois bem: o alemão Friedrich Christian Delius decidiu radicalizar e escreveu o romance “Retrato da Mãe Quando Jovem“, com 144 páginas, utilizando apenas 1 ponto final em TODO o texto. Funcionou?
Segundo a crítica, pelo menos, sim. New York Times, The Guardian, Die Welt e muitos outros veículos aplaudiram de pé a obra. A Folha de São Paulo chegou a fazer uma reportagem sobre ela seguindo o mesmo estilo – com apenas um ponto final – e dando uma palhinha de como é essa nova forma.
Mesmo gerando uma sensação de desespero e falta de fôlego, fato é que ela realmente prende a atenção – e vale ser lida por todos os escritores que, justamente por fazerem das letras o seu mundo, devem também estudá-las em todas as suas peculiaridades.
Para ver a matéria da Folha de São Paulo, clique aqui ou vá ao link http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1105512-alemao-escreve-romance-com-apenas-um-ponto-final-leia-texto-no-mesmo-estilo.shtml
Para ver e comprar o livro, clique aqui ou vá ao link http://www.tordesilhaslivros.com.br/livro/retrato-da-mbe-quando-jovem.htm
Xii. No meu caso, seria um desafio. Nada como um ponto para clarear a ideia. Para dar ritmo. Criar suspense. Fazer pensar. Mas, é tudo muito válido.
Achei fantástica a ideia, mas considero importante ressaltar que o autor Friedrich Christian Delius escreve desde a década de 60.
O ponto que eu quero destacar é a necessidade de um bom domínio da língua, e de um conhecimento sólido de formas de estruturar um enredo, para que se obtenha um resultado que tenha impacto junto aos leitores.
Acho que todo exercício de escrita é válido, mas penso ser importante que os escritores que estão começando não se convençam de que precisam de uma ideia revolucionária e original, como essa, para começar a escrever suas histórias.
O problema desse tipo de texto, ao menos em língua portuguesa, é o excesso de conjunções do tipo “que”. Apesar de ser um livro desafiador e inovador, acredito que a leitura seja muito cansativa.
Esta é uma ideia original.