Que tal um romance com apenas um ponto final?

Explorar novas formas de se escrever é sempre algo saudável para escritores – principalmente quando acabamos desbravando novos estilos com os quais podemos buscar inspiração.

Afinal, de García Marquez a Saramago, muitos dos maiores gênios da literatura praticamente criaram seus próprios dialetos ao brincar com palavras, concordâncias e pontuações, usando a forma (em uma espécie de licença poética gramatical) como um dos ingredientes das tramas.

Pois bem: o alemão Friedrich Christian Delius decidiu radicalizar e escreveu o romance “Retrato da Mãe Quando Jovem“, com 144 páginas, utilizando apenas 1 ponto final em TODO o texto. Funcionou?

Segundo a crítica, pelo menos, sim. New York Times, The Guardian, Die Welt e muitos outros veículos aplaudiram de pé a obra. A Folha de São Paulo chegou a fazer uma reportagem sobre ela seguindo o mesmo estilo – com apenas um ponto final – e dando uma palhinha de como é essa nova forma.

Mesmo gerando uma sensação de desespero e falta de fôlego, fato é que ela realmente prende a atenção – e vale ser lida por todos os escritores que, justamente por fazerem das letras o seu mundo, devem também estudá-las em todas as suas peculiaridades.

Para ver a matéria da Folha de São Paulo, clique aqui ou vá ao link http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1105512-alemao-escreve-romance-com-apenas-um-ponto-final-leia-texto-no-mesmo-estilo.shtml

Para ver e comprar o livro, clique aqui ou vá ao link http://www.tordesilhaslivros.com.br/livro/retrato-da-mbe-quando-jovem.htm

 

 

Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

4 comentários em “Que tal um romance com apenas um ponto final?

  1. Xii. No meu caso, seria um desafio. Nada como um ponto para clarear a ideia. Para dar ritmo. Criar suspense. Fazer pensar. Mas, é tudo muito válido.

  2. Achei fantástica a ideia, mas considero importante ressaltar que o autor Friedrich Christian Delius escreve desde a década de 60.

    O ponto que eu quero destacar é a necessidade de um bom domínio da língua, e de um conhecimento sólido de formas de estruturar um enredo, para que se obtenha um resultado que tenha impacto junto aos leitores.

    Acho que todo exercício de escrita é válido, mas penso ser importante que os escritores que estão começando não se convençam de que precisam de uma ideia revolucionária e original, como essa, para começar a escrever suas histórias.

  3. O problema desse tipo de texto, ao menos em língua portuguesa, é o excesso de conjunções do tipo “que”. Apesar de ser um livro desafiador e inovador, acredito que a leitura seja muito cansativa.

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