Que a pirataria existe em todo mercado criativo – incluindo o autoral – isso é indiscutível. Mesmo antes do ebook, pequenas papelarias por todo o país vendiam os serviços de fotocópia, por exemplo, para estudantes que não queriam (ou podiam) investir na compra de volumes e mais volumes de livros.
Há quem alegue que a prática é simplesmente parte do mercado e que se, por um lado, ela gera a perda de compradores, por outro, acaba divulgando a obra ao ponto de conquistar inúmeros outros. Não há números que comprovem essa tese, ma o fato é que a discussão é no mínimo longa e a reflexão, necessária.
E, como gerar discussão já é um passo importante para se transformar realidades, vale conferir o (inusitado) protesto de uma autora em uma livraria paulistana no último dia 12 de agosto:
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De quebra, percebam também que a autora conseguiu usar a audiência conquistada pelo protesto para divulgar o seu próprio livro ;-)
A indignação… Ela provoca muito! E a liberdade de expressão? Ela é saudável!
Se houve atentado ao pudor, que a justiça cuide disso. Agora, pirataria, tem dó!
O autor sofre desde o momento de criação, sem falar nos percalços para a publicação e depois vê sua obra sendo surrupiada.
Sei que os piratas estão em todos os lugares, até onde não se espera.
Estou indignado. Não pela nudez, é claro!, mas pela atitude de desrespeito com relação à autora.
É uma pena ver o preconceito entre pessoas que circulam no Clube de Autores. O que eu vi foi um protesto justo contra o que acontece no nosso país. A falta de incentivo do governo à educaçao, à leitura e aos novos autores brasileiros é evidente. Nós, autores, mais do que ninguém sofremos isso na pele. Talvez ela tenha escolhido uma forma mais chocante de protesto, mas, como ela mesma disse, dessa forma conseguiu realmente chamar a atenção, caso contrário não estaríamos aqui debatendo essa questão. Nos quase dezoito minutos de vídeo ouvi a escritora falar mais sobre sua indignação a respeito da pirataria do que em sua própria obra. Não tenho dúvida de que ela também quis promover seus livros, mas o protesto foi feito e é digno de nota.
Rosane, é como colocamos para o Leonidas: todos temos o direito de discordar da forma – mas todos temos também o direito de protestar. É uma das belezas da liberdade de expressão – a mesma bandeira que permite que escrevamos sobre o que desejarmos sempre!
Concordo. Ela realmente quis aparecer. Tem muitas editoras faturando alto e dão quase nada para os autores, ganhando muito mal os 10%, isso quando recebem. Não apoio a pirataria, mas acho ela um mal necessário, num mercado, onde os preços das obras intelectuais e criativas, estão lá nas alturas, impossibilitando da grande parte da população ter acesso a elas. E alas normalmente recorrem a pirataria. Tirar roupa não vai resolver o problema. É preciso mudar o sistema, começando pelo governo. Claro que aquilo que a cidadã fez, foi só uma jogada de marketing, pra aparecer.
Umazinha querendo aparecer, um protesto indigno para quem quer representar uma classe das letras. Tirar a roupa é coisa de vadia. E, a mesma falando nem tem domínio da nossa lingua. Manda ver num puteiro.
Leônidas, acreditamos que todos tem o direito de protestar como desejarem – e que também todos tem o direito de discordar. Mas isso não significa que a “protestante” seja uma “vadia”, como coloca…