Livros do Clube em livrarias físicas?

Teremos, daqui até o final do ano, todo um pacote de novidades para os autores do Clube – mas que também são novidades que mostram como o mercado editorial está mudando, evoluindo, dando passos decisivos rumo a um futuro muito, muito distante daquele passado modorrento em que poucas empresas – livrarias ou editoras – essencialmente definiam o que a população inteira lia. 

Cabe, antes, um pequeno retrato de como funcionava o mercado editorial até poucos anos.

Como tudo funcionava no passado?

Naquele (ainda bem) já longínquo passado, autores independentes podiam contar apenas com seus próprios círculos de relacionamento para vender seus livros. eles que imprimissem por conta própria, eles que saíssem à caça de eventos, eles que se transformassem em varejistas de si próprios. E por que não havia outra opção? Porque a distribuição era uma espécie de muro intransponível, erigido a partir do relacionamento poucas vezes saudável entre editoras, distribuidoras e livrarias, estas últimas detendo uma espécie de oligopólio editorial. 

E como funcionava esse relacionamento? Para chegar em livrarias, tanto editoras quanto distribuidoras precisavam, primeiro, provar a relevância de suas ofertas. Com espaços restritos, claro, era naturalmente impossível para livrarias receberem estoques gigantescos sem a expectativa prática de venda: não haveria onde guardar tanto livro. 

Essa prova poderia vir de argumentos técnicos, como a performance comprovada de determinado autor ou o delineamento de estratégias de divulgação mais ambiciosas, ou práticos, como a compra de espaços em vitrines ou locais destacados dentro das lojas. 

Provar a relevância, no entanto, não bastava: a grande maioria das livrarias brasileiras aceitava receber livros apenas em modelo de consignação. Ou seja: o editor imprimia tiragens razoáveis, as entregava a custo zero para livrarias e, quando alguma venda acontecesse, a livraria entrava em contato para fazer um acerto de contas. 

Cabia, portanto, aos editores arcar com custos pesados de imediato, aniquilando qualquer conceito sustentável de administração de fluxo de caixa, uma vez que o recebimento viria – se viesse – apenas após meses. E o autor? Este ficava lá na ponta final, recebendo seus direitos autorais depois que todos decidissem, manualmente, informar que uma quantidade específica de livros havia sido comercializada. 

Tudo isso mudou a partir de 2018. 

Neste ano, a Amazon começou a oferecer a possibilidade de autores distribuírem seus livros por lá de maneira eletrônica, seja via livraria ou marketplace, exigindo uma comissão muito mais saudável e sem nenhuma necessidade de consignação. Ou seja: ela remunerava melhor a cadeia e não exigia malabarismos em fluxos de caixa. 

Na esteira da Amazon, outros marketplaces e e-commerces – como a Estante Virtual – apareceram, diversificando os canais. 

Logo depois, a quebra da Cultura e Saraiva – que, juntas, tinham quase metade do mercado varejista brasileiro – empurrou o consumidor para os marketplaces online, mudando o hábito e, com isso, ajudando a salvar centenas de editoras que haviam perdido fortunas nas mãos das duas gigantes. 

Veio a pandemia e, com ela, um inevitável empurrão a mais para o mundo digital. Mais e mais consumidores passaram a adotar a Internet como canal de compra de livros, mais e mais autores conseguiram escoar suas obras de maneira simples, eficiente, prática. 

E hoje? Como estamos hoje? 

O mercado atual é totalmente diferente daquele do passado remoto. Hoje, quem define o que quer comprar é o consumidor – e não a livraria – uma vez que ele já tem acesso, pelos mais diversos canais online, a uma infinidade de títulos.

Isso impôs uma mudança – ainda em curso – ao mercado livreiro. 

Para se tornar relevante, ele mudou: grandes megastores saíram de cena e cederam espaço a pequenas livrarias com curadoria radical, pontos perfeitos para atrair públicos com gostos muito bem delineados e conectados a suas ofertas. 

Curadoria pressupõe acesso a uma variedade que vai além dos best-sellers – e inclui, obviamente, os independentes. A melhor maneira de chegar neles? Abrindo mão da consignação e aceitando comprar os títulos que pretende revender, sem escalas gigantes e de maneira sustentável para todos. 

E onde isso impacta você, autor do Clube? 

Pois então: neste mês, o Clube inaugura uma parceria inédita e até pouco tempo impensável com a ANL – Associação Nacional de Livrarias. Serão mais de 500 livrarias – incluindo nomes como Livraria da Vila, Livraria da Travessa e Livrarias Curitiba, dentre muitas outras de todos os portes e tamanhos, que passarão a contar com livros do clube em seu catálogo. 

Seus livros nas livrarias físicas. Quer saber como funcionará isso? 

O episódio de hoje será diferente: contará com um bate-papo entre o Juliano Loureiro, nosso parceiro de longa data, e eu. Nosso objetivo: ajudar a esclarecer todas as dúvidas que você, autor, tiver

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Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

3 comentários em “Livros do Clube em livrarias físicas?

  1. Numa boa, faz um post no blog explicando com detalhes. Ouvir podcast de uma hora sobre isso não é todo mundo que tem esse tempo. Ler um post explicando é muito mais prazeroso de ler e reler.

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