Por sermos um país de dimensões continentais e historicamente isolados do mundo – quer por sermos o único país das Américas a falar português ou por termos um mercado interno gigante ao ponto de funcionar como opção ao impulso de expansão internacional que acaba sendo regra de sobrevivência para nações menores – é relativamente comum vermos um desenrolar mercadológico em ritmo próprio, diferente de outras economias.
É relativamente comum tomarmos os nossos próprios números nacionais como padrão, como norma a partir da qual tendências são traçadas. É relativamente comum interpretarmos os nossos círculos de relacionamento cotidiano como regra, como uma definição hermeticamente fechada do nosso mercado. É relativamente comum acreditarmos que o mundo lá fora – ou aqui fora, dado que estou gravando de Portugal, onde estou para montar a base do Clube de Autores Europa – é tão distante quanto Marte, Júpiter, Plutão.
O comum, no entanto, nem sempre é o real.
E é justamente quando saímos, quando colocamos a nossa cabeça para fora das nossas fronteiras, que percebemos isso. Somos todos parte de um ecossistema único, multi-idiomático e multi-tecnológico, com leitores ávidos por novas histórias e autores explorando as novas fronteiras das narrativas e desbravando técnicas capazes de revolucionar suas próprias línguas.
Para suportar isso, temos uma base riquíssima de empreendedorismo editorial recheada de start-ups viabilizando tudo – de novas formas de conectar autores e leitores a tecnologias que entregam o tipo mais preciso de inteligência de dados capaz de ajudar a construção de histórias cada vez mais engajadoras.
Por que isso tudo importa para o escritor brasileiro? Porque conhecer o que está acontecendo no mundo é quase que obrigatório para o novo perfil de escritor, aquele cujo sucesso mercadológico depende cada vez mais das suas próprias mãos e habilidades de empreendedor e de empresário de si mesmo.
Meu convidado de hoje talvez seja a pessoa mais qualificada a falar desse nosso mercado editorial globalizado, um amigo de longa data que viu o Clube nascer e que, um dia, quem sabe, vai se juntar a nós como Diretor de Alguma Coisa Importante!
Trata-se de Carlo Carrenho, consultor editorial e sócio da StreetLib, agregadora digital italiana. Foi o fundador do PublishNews, a maior fonte de notícias do mercado editorial brasileiro, e o comandou por 20 anos antes de se mudar para a Suécia. Com quase 30 anos de experiência no mercado editorial, passou por empresas como Atlas e Ediouro no Brasil, e fundou recentemente a Pop Stories, editora exclusivamente digital com sede no Rio de Janeiro. É formado em Economia, pela FEA-USP, e especializado em Publishing pelo Radcliffe College.
Atualmente, como consultor, atende empresas de países tão diversos como Eslovênia, Emirados Árabes e EUA.
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