A resposta é meio óbvia: sim. Alguém tem dúvidas disso, aliás?
Se o que nos define como seres humanos, o que nos separa de animais ditos “irracionais”, é justamente a nossa capacidade de contar histórias, esse mundo imaginário é indubitavelmente a origem nervosa de toda e qualquer transformação.
Não vou entrar no mérito aqui do tipo de resgate da leitura: na minha modesta opinião, livros tem a peculiaridade de adensar toda e qualquer capacidade de raciocínio. Adensar, no entanto, é diferente de “melhorar”, no sentido mais maniqueísta do termo. Entregue páginas e mais páginas de filosofia para um homicida psicopata e é mais provável que ele aprimore as suas técnicas de assassinato do que se converta em um coroinha.
Por outro lado, também não tenho dúvidas de que o grosso da criminalidade brasileira – e aqui excluo os criminosos mais perigosos que se escondem em nossos palácios de governo e casas legislativas – é feita de pessoas com pouca visão de futuro, de longo prazo. Nesse sentido, livros abrem horizontes verdadeiramente impressionantes e que podem fazer toda a diferença.
Nesse sentido, vale acompanhar uma iniciativa que está sendo colocada em prática no Rio Grande do Norte e que está concorrendo a um dos mais conceituados prêmios de inovação do mundo, o Innovare. O resumo: a cada livro lido, o preso tem parte da sua pena reduzida.
Copio, abaixo, parte do texto da matéria publicada no G1, cujo link é http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2016/06/com-leitura-de-livros-detentos-do-rn-concorrem-premio-nacional.html, e que explica a mecânica:
O preso inscrito no projeto tem prazo de 21 a 30 dias para ler uma obra, que pode ser literária, clássica, científica ou filosófica. Ao final, deve apresentar uma resenha sobre o livro escolhido. A comissão organizadora da unidade prisional, composta por pedagogos, avalia se o conteúdo está compatível com a obra e se não houve plágio. Em seguida, o resultado da avaliação é enviado ao juiz competente, responsável pela decisão final a respeito da remissão.
O que você acha da iniciativa?
Para ler a matéria completa clique aqui ou na imagem abaixo: