A escolha do narrador é uma das escolhas essenciais que um autor precisa ter ao planejar uma história. Esse elemento central da narrativa define como a história será transmitida ao leitor, influenciando o tom, a profundidade e até mesmo a conexão emocional com os personagens. Mas quais são os tipos de narrador, e como escolher o mais adequado para o seu enredo?
Neste blogpost, explicarei o que é um narrador, os tipos principais e também suas características. Ao final, daremos dicas práticas para ajudar você a escolher o narrador ideal para sua história. Boa leitura!
O que é o narrador?
O narrador é o “voz” da história, o elemento que conta o que acontece, guiando o leitor pelo enredo. Ele pode ter um papel ativo ou passivo na trama, pode estar próximo ou distante dos personagens, e sua visão sobre os acontecimentos pode influenciar profundamente o entendimento do leitor sobre os eventos narrados.
A escolha do tipo de narrador impacta diretamente como o leitor percebe a narrativa, sendo uma ferramenta poderosa para criar emoções, suspense e até mesmo reviravoltas.
Os três tipos principais de narrador
Existem três tipos de narrador principais, definidos pela pessoa gramatical: primeira, segunda e terceira pessoa. Vamos entender melhor cada um deles e os tipos de história para os quais são mais indicados.
Narrador em primeira pessoa
O narrador em primeira pessoa participa diretamente da história e narra os acontecimentos a partir de seu ponto de vista. Ele usa a voz “eu” ou “nós” e oferece uma perspectiva subjetiva, cheia de impressões pessoais, lembranças e emoções.
Esse tipo de narrador é indicado para histórias onde o autor deseja uma conexão íntima entre o personagem principal e o leitor. Ele traz o leitor para dentro dos pensamentos e sentimentos do personagem, criando uma relação de empatia e envolvimento emocional.
Contudo, essa abordagem limita o que o leitor sabe sobre o mundo e os outros personagens da história.
Para entender mais sobre gêneros literários, acesse este artigo do nosso blog: Gêneros Literários: aprenda os conceitos, estilos e características
Narrador em segunda pessoa
No narrador em segunda pessoa, o protagonista é “você” – o leitor, que se torna parte da história. Esse tipo de narração é raro, mas pode ser poderoso em histórias onde o autor deseja que o leitor sinta que está vivenciando a trama diretamente. Ao utilizar o “você”, o autor cria uma sensação de proximidade e envolvimento imediato, fazendo com que o leitor se sinta o personagem principal da história.
É mais indicado para autores mais experientes em narrativas que buscam surpreender ou envolver o leitor de uma maneira incomum.
Narrador em terceira pessoa
O narrador em terceira pessoa narra a história de forma mais distanciada, usando pronomes como “ele”, “ela” ou “eles”. Esse narrador pode ser onisciente, tendo acesso a todos os pensamentos e sentimentos dos personagens, ou pode ser limitado, conhecendo apenas a mente de um personagem específico.
A terceira pessoa é a mais utilizada na literatura por oferecer flexibilidade. Ela permite que o autor explore múltiplos personagens e eventos sem as limitações do ponto de vista do narrador em primeira pessoa. O narrador onisciente oferece uma visão ampla, enquanto o narrador limitado permite uma exploração mais focada, porém, ainda detalhada, de um único personagem.
Como escolher o tipo de narrador para sua história
Escolher o narrador ideal pode ser um desafio para os escritores, mas aqui estão algumas dicas para ajudar na escolha:
Considere a conexão que deseja criar com o leitor
- Primeira pessoa é ideal para histórias que exigem proximidade e empatia com o personagem principal.
- Terceira pessoa onisciente ou limitada pode ser melhor para histórias com múltiplos personagens e tramas complexas.
Analise a complexidade da trama
- Se sua história envolve várias subtramas, conflitos e pontos de vista, a terceira pessoa onisciente pode ser a melhor opção.
- Para histórias mais lineares e focadas em um personagem, a primeira pessoa pode proporcionar profundidade e intimidade.
Avalie o gênero literário
- Histórias de suspense, mistério e thrillers muitas vezes funcionam bem com terceira pessoa limitada para manter o suspense.
- Narrativas introspectivas e dramas pessoais geralmente se beneficiam de um narrador em primeira pessoa.
Pense no que o leitor deve saber
- Se o leitor precisar de acesso ilimitado a informações sobre o enredo, a terceira pessoa onisciente é uma escolha inteligente.
- Caso queira limitar as informações e criar uma surpresa, primeira pessoa ou terceira pessoa limitada são indicadas.
Conclusão
O narrador é uma peça-chave no desenvolvimento de qualquer história, influenciando como o enredo será transmitido e como o leitor se conectará com os personagens. A escolha do tipo certo de narrador depende da intenção do autor, do gênero da história e da profundidade da experiência emocional que deseja criar para o leitor.
Lembre-se: não existe uma escolha “certa” ou “errada” – existe a escolha que melhor atende aos seus objetivos com a sua história. Ao considerar esses pontos, você estará mais preparado para escolher o narrador para sua narrativa, criando uma experiência de leitura envolvente e inesquecível.
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