As novas faces da recomendação literária

Há algumas décadas, uma das melhores maneiras de escolher um livro era perambular por livrarias e conversar com vendedores que, antes de serem vendedores, eram conhecedores profundos dos universos que habitam as páginas. Esse tempo, com uma ou outra exceção, se foi. Infelizmente? Tenho alguma resistência em usar essa palavra, ainda que sem dúvidas o hábito de conversar com livreiros, compartilhando recomendação literária, tenha me deixado saudades. 

A questão é que o mundo muda, evolui, caminha para a frente – e lamentar a extinção de hábitos do passado, com aquele saudosismo pessimista, costuma ter como única consequência nos empurrar para mais próximo da obsolescência. Olhe para os lados, aliás, e você perceberá um mundo muito mais conectado do que no passado – ainda que persistam focos de isolamento; um mundo muito mais saudável, pacífico. Ainda que persistam explosões violentas, em becos ou em guerras, que, talvez por serem mais comunicadas, dão a falsa impressão de serem mais comuns do que nas eras passadas, quando tanques de guerra eram parte da paisagem nas grandes cidades e torturas eram não apenas frequentes, como instrumentos considerados legítimos para se manter a ordem. Um mundo muito mais leitor, ainda que tenhamos largos passos a dar em todas as sociedades globais. 

O mundo de hoje, que abraça mais a diversidade, que publica suas histórias livremente para que mesmo as mais distantes culturas não pereçam nos abismos do esquecimento, é indubitavelmente melhor que no passado. Mas, mais que isso, é diferente. 

Não há como manter o mesmo caminhar hoje que se mantinha nas décadas de 70, 80, 90. Há que se evoluir justamente para se poder aproveitar as inegáveis maravilhas dos nossos tempos que, ainda bem, nos entregam tão mais por tão menos. 

Lê-se mais, muito mais, hoje. Escreve-se mais, muito mais. E, claro, publica-se mais. 

A figura do vendedor livreiro, conhecedor profundo da ampla literatura, rareou justamente pelas dificuldades de sobrevivência em seu ambiente. Porque uma coisa é saber recomendar a partir de catálogos restritos de livros para gostos essencialmente massificados; outra, totalmente diferente, é recomendar a partir de uma infinidade de títulos para uma outra infinidade de gostos absolutamente individuais, nichados, peculiares. 

Onde, então, o leitor se informa, em busca de uma recomendação literária? 

Na Internet, obviamente. 

E ainda bem: a Internet, afinal, é o mais democrático dos ambientes, o único ecossistema onde todos têm vez e voz, onde todos podem influenciar a todos com as mesmas ferramentas. Perfeito para autores independentes, diga-se de passagem. Não é à toa que os independentes dominam o mercado. 

O papo de hoje é com um desses ecossistemas de convergência e influência para amantes da literatura: o blog Epicentro Literário

O que é o Epicentro Literário? 

Um novo ponto de encontro dos amantes da literatura. Dos clássicos aos contemporâneos, leia histórias e resenhas do seu gênero literário favorito e aproveite para conhecer novos autores. Contos de romance, terror, fantasia, ficção científica e suspense.

A convidada de hoje é a responsável pela plataforma.

aline-siqueira

Aline Siqueira é formada em Design e atua no mercado publicitário há mais de 10 anos, realizando trabalhos criativos e de atendimento e gestão. Iniciou a sua carreira como escritora há 5 anos, tendo participado de diversas antologias e lançado recentemente seu romance no gênero fantástico, A Grande Ursa.

Movida pela paixão de ler e criar histórias, idealizou o Epicentro Literário, um portal de histórias clássicas e contemporâneas, com intuito de fomentar a literatura e incentivar a leitura, permitindo também que o leitor conheça o trabalho de novos escritores nacionais, além dos consagrados.

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Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

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