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De Angola para o futuro da poesia

Sigo tão somente na crença

Tudo o que há cá dentro é crença

É fé featuring força

É continuidade cantada pela garra, cantada pela atitude de quem está segura, na sua crença

Sigo com a Vida

Tudo o que há de forma forte e leve é paciência

É esperança polvilhada pela compreensão de que tudo o que não estamos a fazer é tudo o que podemos fazer!

Versos extraídos do poema Seguindo, de Telma Tvon.

A poesia sempre foi a vanguarda da literatura. Na pequeneza métrica de suas mensagens, imensos mundos já foram desbravados, revoluções foram iniciadas, pensamentos inteiros foram formados. 

Há um motivo para isso: dentre todas as artes, a poesia é, provavelmente, a mais democrática. 

Concisa, ela precisa de poucas linhas para transmitir uma mensagem qualquer. Forte, ela aprendeu a depender de seus superlativos imagéticos para agarrar a atenção dos leitores. Livre, ela sequer precisa do livro para existir. 

Ni Brisant, um dos mais brilhantes poetas brasileiros da nova geração, comentou isso aqui, no episódio 37 do Pensática Podcast. 

Hoje falaremos com outra poeta que nos mostrará uma outra face da literatura – uma face que, infelizmente, costuma ser pouco discutida em rodas brasileiras, mas que tem muito, muito a acrescentar. Por que? 

Porque ela sai de outra terra que entrou no nosso mundo moderno de maneira semelhante ao Brasil, pela via colonial, adotando e tomando para si uma língua exógena – o português – e tecendo belezas e destilando dores e desbravando amores com uma maestria que apenas engrandeceu essa pátria linguística da qual, hoje, todos fazemos parte. 

Telma Tvon, nossa convidada do episódio 68

Hoje falaremos com Telma Tvon, poeta angolana, participante do Festival de Poesia de Lisboa de 2023 que acontecerá em setembro e que contará com o apoio do Clube de Autores. 

Nosso objetivo com esse papo é simples, mas culturalmente ambicioso: entender, a partir da mente dessa poeta de mãos cheias e coração grande, de onde nasce a arte angolana, suas dificuldades, seus objetivos, suas visões de futuro. Pois são eles, os poetas lusófonos, que mostram os rumos da literatura sob a ótica não do mercado bruto, mas sim do caldo literário que faz os escritores, os leitores, os versos, os livros, o mercado. 

Se você ainda não conhece a Telma, ei-la aqui. 

Nasceu em Luanda, Angola, tendo emigrado para Lisboa, onde frequentou a escola secundária enquanto se integrava na cultura Hip Hop. Licenciou-se em Estudos Africanos na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e completou o mestrado em Serviço Social no ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. Atualmente trabalha num projeto de intervenção social que tem como objectivo primordial conter a taxa de abandono escolar do ensino secundário na zona de Sintra, Lisboa.

Tem uma carreira no Rap desde 1996, onde participou dos grupos Backwordz, Hardcore Click e Lweji, além de ter participado de uma série de álbuns e compilações individuais e de ter lançado canções de sucesso como O-sem-Precedente, com Fado Bicha, e Rainha, para o projeto Chá de Beleza Afro. 

Na literatura, participou do livro 39 Poemas e Contos Contra o Racismo (2015), e publicou seu primeiro livro, Um Preto Muito Português, em 2017. Em 2018, foi juri no concurso 77 Words Against Racial Discrimination Competition; colaborou com a revista Nansen, focada em imigrantes de todos os tipos, em 2019; publicou seu segundo livro, Se é Só Sexo, Não Pode ser Gênero, em 2020; e teve ainda uma série de participações nas mais diversas mídias. 

Telma fala do que vive, do que pensa, do que acredita e, a partir daí, com suas palavras, busca orientar o mundo inteiro para uma direção que mais tenha a ver com as suas visões de mundo. Ela é, portanto, como já disse, uma revolucionária. 

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Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

2 comentários em “De Angola para o futuro da poesia

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