O Brasil é, por natureza, um povo absolutamente diverso e miscigenado.
Somos indígenas, pretos, brancos, asiáticos e vindos de todos os cantos do planeta. Temos 220 milhões de habitantes de absolutamente todos os gêneros possíveis, repletos de muito mais tons de cinza que de binarismos quaisquer. Temos credos religiosos igualmente diversos e, diga-se de passagem, em constante mutação, enraizados nas diferentes culturas originárias que caracterizam o próprio conceito de brasilidade.
A diversidade brasileira, aliás, talvez seja a única forma de desigualdade que mereça aplausos, elogios, incentivos e urros de orgulho.
Por um motivo simples: nenhuma civilização no mundo evolui dentro da homogeneidade. A homogeneidade é estática: não se muda, não se evolui quando todos são iguais. É preciso diversidade.
Diversidade significa confrontar ideias, conceitos e preconceitos; significa lançar um olhar crítico a um passado (ainda presente) fortemente segregacionista; significa encarar de frente nossos demônios mais ferozes como única maneira de derrotá-los e de mudar futuros; significa, pura e simplesmente, evoluir.
E esse processo, essa jornada evolutiva, não é nova. Dos tempos em que cidadãos eram queimados em fogueiras acesas em praças públicas por suas raças ou credos até os nossos dias, em todo o mundo, é inegável que estejamos nos tornando pessoas melhores (mesmo que, talvez, em um ritmo que poderia ser mais ágil). Ainda resta um longo caminho? Indiscutível. Mas não se pode caminhar até um futuro desejado sem reconhecer o passado, os tantos e importantíssimos passos dados que nos trouxeram até onde estamos hoje.
Esses passos incluem todo um rol de obras de arte produzida por nomes como Virginia Woolf, Oscar Wilde, Gore Vidal, Chinua Achebe, Lobo Antunes, Mário de Andrade, Guimarães Rosa – cada um deles explorando aspectos diferentes da diversidade cultural global e pintando uma espécie humana feita não a partir de suas homogeneidades, mas justamente a partir de suas diferenças. Não tivessem esses grandes mestres colocado no papel as diversidades que caracterizavam seus mundos, possivelmente eles não chegariam aos pedestais culturais onde chegaram – para a infelicidade de toda a humanidade.
Esse discurso todo tem um motivo: com quase 80 mil livros aqui no Clube de Autores, somos talvez o maior hub de diversidade literária em todo o país. E vemos, cotidianamente, essas diferenças de credos, cores e crenças alçar vôos cada vez maiores, formando opiniões e mudando visões em absolutamente todo o planeta.
E seria justamente essa a maior vantagem competitiva que o Brasil, com seus 220 milhões de pluralíssimos habitantes, têm em seu arsenal cultural? Seria justamente a diversidade a chave para se alcançar mais e mais olhos mundo afora? Não seria hora, portanto, de focarmos os nossos livros justamente no que mais nos faz diferentes, já que de pensamentos homogenistas o mundo já está cheio?
Chega de falar sozinho. O episódio de hoje, afinal, conta com uma das vozes mais fortes no assunto: uma amiga de longuíssima data e dona de toda a minha admiração tanto profissional quanto pessoal, Dani Benoit.
Daniela Benoit é mãe single de duas meninas, que se descobriu uma mulher preta aos 40 anos de idade quando se separou.
Com mais de 20 anos de experiência publicitária, on-line e off-line, com narrativas de várias perspectivas de negócios, agora empreendedora e fundadora do Manas Coletivo de Mulheres – coletivo que abriga mulheres que tem em sua carreira cargos de diretoria e C title, que tem conexões que geram vendas para grandes corporações, mentora de jovens talentos negros pelo Mulheres do Brasil, ativista social, além de ser escolhida para fazer parte do Conselheira 101, um grupo que fomenta a presença de mulheres negras em Conselhos Consultivos, onde trata de assuntos relacionados à digitalização de negócios. É também criadora de projetos do Quebrando Tabu, Conselheira no pilar de ESG da Pipeline Capital Tech, além de ser VP de Novos Negócios da Alma 360, agência de marketing de influência,
Ao longo de sua carreira, Dani traz como experiência a liderança em grandes corporações multinacionais tais como Globo, Kwai, Taboola entre outras.
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