Foi-se o tempo em que o único público dos escritores era composto por leitores. Na era da tecnologia e do e-commerce, na era da abundância, na era da autopublicação, ser encontrado em canais digitais é um dos mais importantes passos para a consolidação de uma carreira literária.
E como se consegue ser encontrado? O autor leigo pode achar que tudo se resume a uma boa campanha de divulgação em cima de sua obra… mas a realidade é muito mais complexa e sofisticada que isso. Porque quem define que livros vão aparecer para que leitores em que buscas nas grandes livrarias de hoje – os ecommerces – são seus algoritmos.
E os algoritmos, esses robôs superdotados de inteligência artificial, levam em conta muito mais do que a mera procura por um título. A cada busca eles tecem inacreditáveis teias de possibilidades cruzando perfis, palavras-chave, zeitgeists (ou espíritos do tempo) e n outros fatores para priorizar um título em detrimento de todos os outros nos resultados de pesquisas e destaques nas páginas.
E, se é verdade que cada loja – Amazon, Google, Mercado Livre, Submarino etc. – tem o seu próprio algoritmo com a sua própria personalidade e entendimento de buscas, também é verdade que todos se alimentam essencialmente da mesma coisa: os dados que definem as características e nuances de cada livro, também chamados de metadados.
Isso também significa que os novos autores precisam ir além de escrever para seus leitores: eles precisam saber construir os metadados dos seus livros durante o processo de publicação e cadastramento para que esses algoritmos consigam lê-los de maneira relevante. Para dar um exemplo simples, quase simplista: uma sinopse mal construída e excessivamente resumida não apenas pecará em convencer o leitor da qualidade da obra – ela pode efetivamente fazer os algoritmos das livrarias concluírem que a obra tem pouca relevância e sequer mostrá-la nos resultados de busca, tornando-a efetivamente invisível.
A ideia do episódio de hoje é compreender mais sobre esse universo de algoritmos e metadados justamente com um dos maiores experts no assunto.
Ricardo Costa é CEO da MVB Brasil. Antes disso atuou como Representante da Feira do Livro de Frankfurt para a América do Sul. Iniciou seus atuais 20 anos de mercado editorial como diretor editorial e de marketing, prestou consultoria em planejamento de negócios para editoras e foi sócio-diretor do PublishNews por mais de seis anos. Formado em Análise de Sistemas e com especialização em Publishing, entrou para o mundo do entretenimento e cultura como gerente de produto na HBO Brasil.
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