Já falamos aqui, em alguns episódios, sobre o mercado de audiolivros. Traçando um paralelo, ele é hoje parecido com o que foi o mercado de e-books há cerca de 10 anos: percebido como novidade (muito embora já exista há décadas), em franco crescimento e prometendo revolucionar a maneira com que se consome literatura.
Não é difícil entender o motivo: com o tempo cada vez mais disputado, a possibilidade de gastar o trânsito de grandes cidades ou a corrida diária escutando boas histórias é uma inegável dádiva.
Tecnicamente, no entanto, nem tudo são flores.
Criar uma biblioteca gigantesca de e-books, para ficar na comparação mais óbvia, é relativamente simples: basta converter o formato de milhões e milhões de títulos já digitalizados.
Criar uma biblioteca de audiolivros já é diferente: é preciso narrar, com alta qualidade, livro a livro. Por que alta qualidade? Porque – diferente do livro escrito – a experiência de um audiolivro é formada não apenas pelo texto, mas também pela narração. Um audio quebrado, com ruído, falho, provavelmente afastará o leitor instantaneamente (ainda que o livro seja a maior pérola da literatura mundial).
Isso, por sua vez, significa um investimento alto individual, seja em estúdio e narrador e produção ou em tempo.
O que vem antes, então? O ovo ou a galinha? Porque veja: para alguém assinar um serviço de audiolivros (e a maioria deles é via assinatura), este alguém precisa ter alguma garantia de que haverá volume o suficiente de livros dentro de seu gosto pessoal para que valha a pena pagar uma mensalidade. Por outro lado, para se formar esse volume de livros, esse acervo grande o suficiente para atrair público, é preciso ter um investimento prévio vultoso – algo que só costuma existir depois que um público pagante esteja nutrindo a plataforma com o dinheiro necessário. A ignição do mercado de audiolivros, portanto, é algo tenso, difícil, que leva tanto tempo quanto dinheiro.
E como está o mercado brasileiro em relação ao mundial dentro desse paradoxo? Está longe da maravilha que é o mercado em língua inglesa, cujas décadas de existência proporcionaram acervos incalculáveis em plataformas já consolidadas. Mas, por outro lado, está bem melhor que o mercado grego, que conta com um acervo minúsculo e insuficiente para engrenar qualquer start-up de audiolivro no curto prazo.
Demanda explosivamente crescente, oferta suando para alcançá-la, modelos de negócio inovadores… melhor falar diretamente com o protagonista brasileiro deste mercado do que apenas arriscar hipóteses infundadas.
E para isso falaremos hoje com Eduardo Albano, da Ubook.
Eduardo Albano tem sua carreira profissional marcada pela tecnologia e a inovação. Como responsável pelo departamento de TI, atuou em uma das grandes empresas da imprensa nacional, foi diretor de um canal de TV e passou por grandes portais de notícias. Buscando sempre inovar em novos projetos, fundou uma startup focada em desenvolver aplicativos Mobile e Sistemas em plataforma Web, desenvolvendo negócios digitais. No ano de 2014, em parceria com outros sócios, criou a Ubook, reconhecida como a maior plataforma de audiolivros por streaming da América Latina. É co-fundador e COO da empresa. Hoje, a Ubook mantém relações comerciais com as principais editoras no Brasil e no exterior. A parceria para a disponibilização de conteúdos em diversas línguas, principalmente em inglês e espanhol, impulsionou o processo de internacionalização da Ubook, que já está presente em mais de 10 países.
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