Já começo pedindo desculpas pela generalização, mas afirmo: é possível conhecer toda uma cultura a partir dos livros mais vendidos. Generalizarei mais: se ignorarmos as óbvias diferenças entre cada país (ou mesmo região) do mundo e desconsiderarmos o tempo, é possível traçar também uma espécie de linha que define a essência do ser humano.
Veja esta lista abaixo, com os 10 livros que mais venderam em toda a história da humanidade:
- Dom Quixote (Miguel de Cervantes) – 500 a 600 milhões de cópias
- O Conde de Monte Cristo (Alexandre Dumas) – 200 a 250 milhões de cópias
- Um Conto de Duas Cidades (Dickens) – 180 a 250 milhões de cópias
- O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupery) – 150 a 180 milhões de cópias
- O Senhor dos Aneis (J. R. R. Tolkien) – 150 a 170 milhões de cópias
- Harry Potter e a Pedra Filosofal (J. K. Rowling) – 110 a 130 milhões de cópias
- O Caso dos Dez Negrinhos (Agatha Christie) – 90 a 120 milhões de cópias
- O Sonho da Câmara Vermelha (Cao Xueqin) – 80 a 10 milhões de cópias
- O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (C. S. Lewis) – 75 a 90 milhões de cópias
- Ela, a Feiticeira (Henry Rider Haggard) – 70 a 80 milhões de cópias
Sabe o que a maioria dos livros tem em comum? Eles atiçam a fantasia de uma maneira quase escapista.
Dom Quixote cria um universo à parte onde ele é o heroi supremo; o Conde de Monte Cristo cria uma outra personalidade em nome da vingança; o Pequeno Príncipe explora outros planetas; Harry Potter entra em uma escola de mágicos escondida do resto da humanidade; e assim por diante.
A palavra mais comum em todos os 10 livros é uma só: escape. Seja da realidade, seja da vida cotidiana, seja da nossa própria imagem sobre nós mesmos.
O que mais encantou leitores ao longo dos séculos foi justamente a possibilidade de mudar de vida – ainda que em um delírio quixotesco ou em uma fantasia infantil de C. S. Lewis.
Repito: é claro que generalizar a personalidade de toda uma espécie desconsiderando as peculiaridades do tempo e espaço pode ser um exagero grosseiro… Mas, ainda assim, não há como ignorar que o que mais se buscou em toda a história da literatura foram relatos de vidas inexistentes, de fantasias tangibilizadas por meio de tramas bem escritas.
Por essa pequena lista de best-sellers absolutos, fica mais do que claro que o que o homem mais deseja é, talvez infelizmente, deixar de ser o que é.
Neste caso, ele deveria ter informado que a lista foca em um tipo de livro, algo que ele não fez. Da maneira como apresentou a matéria, dá a impressão de que está incluindo todos os livros, e não só alguns. Se os livros religiosos não estão incluídos, deveria ter sido informado. Isso pode induzir as pessoas a ter uma compreensão errada do assunto.
está bem certo, porque a biblia é um livro escrito por varias personas, en quanto os exemplos que ele mostra são de um só autor
Essa lista está errada. O livro mais lido de todos os tempos é a Bíblia Sagrada.
Oi Paulo. A lista não está errada – ela desconsidera todos os livros religiosos (Bíblia, Corão etc.) e se foca apenas em romances.