Antes de mais nada, um aviso: prometo não usar este post para me autopromover ou obter alguma vantagem indevida qualquer frente a outros autores.
A ideia aqui é outra. É contar uma experiência.
Sempre que autores me perguntavam sobre como usar o mundo digital para se divulgar, minha resposta girava em torno do óbvio: montar audiência nas redes, manter um blog ou página com conteúdos frequentes, se transformar em onipresente para leitores. E mantenho tudo, claro: não há como um autor galgar seu próprio espaço, hoje, sem aprender a se divulgar.
Mas volta e meia alguém perguntava sobre a eficácia de se manter os textos todos abertos, postados no blog, para quem quisesse. E eu respondia que não, que isso seria a melhor forma de afastar leitores que, afinal, não teriam motivo algum para comprá-lo.
Ano passado conheci uma autora aqui do Clube, a Nath. Por muito tempo ela figurou na relação das mais vendidas, o que me surpreendeu principalmente por um fato: todo o seu livro estava aberto na Internet para quem quisesse ler.
“Por que alguém compraria um livro que está gratuitamente disponível na rede?”, me perguntava.
Uma única resposta me ocorreu: comodidade.
Se tudo na vida tem um preço, a “comodidade” não haveria de ser diferente.
Para muitos, ler um livro em um blog pode ser perfeitamente confortável – e esses continuarão fazendo isso. Para outros muitos, no entanto, o farfalhar cheiroso do papel ou a ordenação indexável de capítulos dos ebooks são mais cômodos. E quanto custa essa comodidade? Quanto um leitor está disposito a pagar por ela?
R$ 10? R$ 20? R$ 30? R$ 40?
Cada um tem um preço, claro. E quando esse preço imaginado pelo autor bate com o disponível do leitor, uma venda ocorre.
Fiz um teste com um livro meu e publiquei um capítulo por dia em meu blog.
O resultado? Dia a dia, a audiência do blog foi crescendo como que por mágica. Mágica não: por internetidade. A cada novo capítulo publicado, um punhado de compartilhamentos em redes sociais fazia a audiência crescer; a cada novo post, mais de mim era indexado nos buscadores; a cada novo comentário, um engajamento diferente me vinculava a leitores que eu desconhecia.
Esse processo levou pouco mais de um mês, com o livro sendo escrito quase que em tempo real.
No final do período, havia colecionado algo como dois mil visitantes diferentes no blog.
Publiquei o livro no Clube e fiz um único post avisando.
Resultado: algumas centenas de exemplares vendidos – e isso porque a única divulgação que fiz foi o próprio livro sendo postado, dia a dia, na Internet.
Hoje, quando autores me perguntam sobre a eficácia de se deixar seus livros abertos na rede, minha resposta é diferente: “sim, desde que tenha claro que o seu novo produto não será um livro e sim a comodidade do seu leitor”.
Estou com 10 livros infantis para serem publicados: ecológico, didáticos. Entretanto encontro dificuldades nas editoras. Agora que vi através desta página a oportunidade de criar um blog e publicar uma página a cada dia, assim como as novelas fazem é interessante, vai prendendo o leitor a cada página e ele acaba por querer saber o que vai acontecer seguidamente e com isso, pode dar uma margem elevada de visitantes criando uma bela oportunidade. SDS.
Itamar Fernandes de Almeida.
Pois é Itamar: depender de editoras tradicionais hoje é um péssimo negócio: a quase totalidade delas tem portas trancadas para novos autores. Por outro lado, nunca houve tanta possibilidade para esses mesmos novos autores dominarem a própria carreira. Vale MUITO aproveitar essa oportunidade única que nossos tempos tem garantido!
Bom dia! Como vai? Nossa, em primeiro lugar, adorei seu blog, sou apaixonada por livros e seu blog me deixou até emocionada, mas nos últimos dias me peguei escrevendo as primeiras páginas de um livro que a muito tempo mora em mim, não sou escritora e não tenho essa pretensão, mas preciso escrever essa história, e estou na duvida do que fazer, eu acho que se abrir em blog para ir colocando o que já escrevi e receber feedback ia ser bom, já que ai pessoas que sabem mais do que eu podem dar pitaco e deixar a história melhor, mas como funciona? por exemplo, eu escrevo um capitulo e depois acabo voltando nele pra dar uma melhorada, como fica pra quem ta lendo no blog, acho que deve ser chato. Como foi a sua experiência? Você só publicava se tinha certeza que estava bom? ou você escreveu o livro inteiro e foi publicando?
Outra coisa, não sei se foi burrice minha, mas eu não consegui informações sobre o autor do blog, se puder compartilhar ia gostar de ter acesso aos livros de vc ou vcs.
Obrigada, novamente, belo trabalho.
Lara
Oi Lara! Quem escreve o blog é o Ricardo Almeida, do Clube de Autores :-)
Minha experiência foi positiva em abrir o conteúdo – tanto que estou colocando um livro novo no meu outro blog, http://www.genedocaos.com . E sim, publicava somente depois de estar seguro do conteúdo. Isso é algo pessoal mesmo: não gosto de postar material sem uma revisão para evitar que falhas no encadeamento do raciocínio quebrem a história. Mas como disse: é algo pessoal mesmo.
Valeu pelas palavras e espero que siga adiante com seu livro!