Uma matéria publicada no Canal Tech no mês passado trouxe à tona uma questão interessante: com tantas peculiaridades entre a experiência de leitura analógica e digital, há alguma diferença prática na capacidade de compreensão do leitor?
Antes, vale sempre lembrar que uma experiência de leitura eletrônica pode ser muito, muito diferente do que uma analógica. Apenas para citar alguns exemplos: pode-se clicar em verbetes para entender definições de palavras, pode-se acessar vídeos embedados, pode-se interagir em trechos específicos e até mesmo mudar o rumo da história. Em todos esses casos, a lógica já dita uma consequência: toda a narrativa é sistematicamente interrompida. A história, por assim dizer, deixa de ser linear e passa a ser muito mais caótica.
E isso foi o que uma das duas pesquisas feitas concluiu: de acordo com a pesquisadora Anne Mangen, da Universidade de Stavanger, a compreensão da cronologia dos fatos foi severamente prejudicada em leitores de ebooks.
Um outro estudo, feito por Matthew Scheneps (Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica), se focou em usuários disléxicos (com dificuldades de leitura e escrita). O resultado foi oposto: o fato de personalizar o livro (como aumentar fonte ou usar recursos sonoros para a pronúncia de determinadas palavras) os ajudou de maneira determinante na compreensão do texto.
A resposta para a pergunta alvo deste post, portanto, é que sim: há diferenças na compreensão de ebooks e livros mais tradicionais, de papel. A questão é que essa diferença não é necessariamente boa ou ruim.
Ricardo Almeida.
Como experiência pessoal, quando escrevi “Tesouro de uma vida”, só consegui revisar de maneira eficiente quando tive a versão impressa em mãos.
Pelo computador (livro na tela), alguns erros meus não me foram perceptíveis. Só vi alguns erros com clareza no papel.
Prefiro livro tradicional, no papel!
Sensacional este post! Interessante saber sobre a interpretação dos dois tipos de leitura…
Abraços!