A crônica, um texto do gênero narrativo amplamente conhecido, encantando principalmente leitores assíduos de periódicos como jornais e revistas. Este gênero textual tem como característica a abordagem de temas do cotidiano, acontecimentos gerais da sociedade, sempre permeado por um toque pessoal e opinativo, sendo frequentemente enriquecido com humor e sátira.
Contrariando o que muitos pensam, escrever uma crônica não é uma atividade exclusiva de jornalistas, mas sim uma expressão artística acessível a escritores que desejam retratar suas percepções do mundo em um livro.
No texto a seguir, explicaremos o que é, de fato, uma crônica e traremos dicas sobre como produzir uma. Se o seu desejo é tornar-se um cronista, ou se simplesmente possui curiosidade sobre os processos criativos inerentes a este gênero textual, convidamos você a continuar a leitura. Boa leitura!
Afinal, o que é uma crônica?
Uma crônica é um texto pertencente ao gênero narrativo que se caracteriza por seu foco em temas cotidianos, oferecendo reflexões acerca da vida diária e da sociedade. Sua narrativa é frequentemente composta por observações opinativas do autor, que, por meio de uma linguagem próxima e acessível, afinal, são textos comumente publicados em revistas e jornais, constrói uma ponte de identificação com o leitor.
A crônica pode abordar uma variedade de temas, tais como cultura, esportes, política etc, além de experiências pessoais de quem escrever, sempre refletindo de forma singular o que pensa o cronista.
Esta categoria textual se destaca pela sua brevidade e pela versatilidade ao transitar entre a prosa e a poesia, entre o humor e a crítica, fazendo do ordinário algo extraordinário. Além de serem frequentemente encontradas em colunas de jornais e revistas, as crônicas também podem compor livros, coletâneas e plataformas digitais (blog e portais de notícias).
A flexibilidade e versatilidade da crônica fazem dela uma forma de expressão literária única, que captura instantâneos da vida, traduzindo a essência da existência humana de maneira sutil e impactante.
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Como escrever uma crônica?
Qualquer escritor pode se tornar um cronista. Apesar do texto ser, geralmente, curto e retratar temas do cotidiano, é preciso entender que o processo de escrita pode trazer desafios para novos cronistas.
Para que você consiga desenvolver suas primeiras crônicas, selecionamos algumas dicas essenciais que darão um pontapé inicial. Veja quais são:
1. Defina um tema relevante sobre o cotidiano
Um cronista é uma pessoa antenada, conectada e atenda aos acontecimentos do dia a dia. Pode ser apenas de um nicho, como esportes, ou não. A observação, aliada ao estudo sobre o tema, auxiliam o cronista no desenvolvimento dos textos. O gatilho para escrever o texto pode ser algo que o emocione, irrite, entristeça ou alegre.
2. Defina um ponto de vista
A crônica geralmente é subjetiva. Portanto, defina uma perspectiva e um tom (sério, humorístico, irônico, reflexivo) que você quer passar para o leitor. Esse ponto de vista fará, com o tempo, que o cronista seja identificado pelo seu estilo de escrita.
3. Desenvolva uma estrutura narrativa
Organize suas ideias. Bem como outros textos do gênero narrativo, a crônica deve ter uma estrutura básica: introdução (apresentação do tema), desenvolvimento, exposição e argumentação e a conclusão, com o fechamento e reflexão proposta para o leitor.
4. Use uma linguagem acessível e fluída
Recorra a uma linguagem próxima ao leitor, de fácil entendimento, podendo explorar figuras de linguagem e outros recursos estilísticos. A crônica é democrática, atingindo todas as camadas da população, afinal, a distribuição é feito por periódicos.
5. Seja breve e objetivo
A crônica é caracterizada pela concisão. Vá direto ao ponto, sem perder a riqueza de detalhes. Lembre-se que junto à crônica, no periódico estarão outros textos (e não só as crônicas). Mesmo que você suas crônicas farão parte de um livro — não tendo a “disputa” de espaço e atenção com outros textos — a objetividade é característica marcante da crônica.
6. Reflita e provoque reflexão no leitor
O texto começa com uma reflexão ou incomodação do escritor, conduzindo o leitor até o seu ponto de vista. Ao final da crônica, proponha uma reflexão ao leitor, algo que o faça pensar sobre o tema abordado, mesmo após ter terminado a leitura.
7. Revise o texto:
Após escrever, leia, releia e revise. A revisão textual é etapa essencial dos textos narrativos. Corrija possíveis erros gramaticais e ortográficos e ajuste a coesão e a coerência do texto. Se possível, envie a sua crônica para algum amigo ou pessoa capaz de avaliá-lo.
Exemplo de Início de Crônica:
Começar a crônica com uma pergunta, uma afirmação forte ou uma descrição envolvente, pode despertar a curiosidade inicial do leitor. Por exemplo:
“Já reparou como as pequenas ações diárias podem revelar muito sobre quem somos? Ontem, ao chegar em casa, me deparei com meu vizinho do andar superior conversando com o seu cachorro. Então percebi que em cada gesto conta uma história…”
Lembre-se: ao escrever uma crônica, você deve ser autêntico, verdadeiro com suas ideias e sentimentos, provocando a identificação do leitor sobre o que está lendo.
Para entender mais sobre gêneros literários, acesse este artigo do nosso blog: Gêneros Literários: aprenda os conceitos, estilos e características
Grandes cronistas brasileiros
O Brasil é contemplado com um enorme número de grandes cronistas. Veja, abaixo, uma lista curta, porém, de peso!
1. Machado de Assis (1839-1908)
Um dos maiores nomes da literatura brasileira, Joaquim Maria Machado de Assis foi um escritor, poeta, dramaturgo e crítico literário. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Autor de praticamente todos os gêneros e estilos literários, suas crônicas trazem reflexões arguciosas sobre a sociedade de seu tempo, permeadas de ironia e humor sutil.
2. Lima Barreto (1881-1922)
Afonso Henriques de Lima Barreto foi um importante romancista e cronista brasileiro do início do século XX. Suas crônicas, marcadas por um estilo direto e claro, são ricas em críticas sociais, abordando temas como o racismo, a desigualdade social e as injustiças do sistema político de sua época. Lima Barreto usava suas obras para expor as contradições da sociedade brasileira pós-abolição.
3. Rubem Braga (1913-1990)
Rubem Braga é considerado o “mestre da crônica” brasileira. Suas crônicas são marcadas por descrições vívidas do cotidiano, do cenário natural e da fauna, explorando temas universais como a morte, o amor e a passagem do tempo.
4. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Drummond é um dos poetas mais influentes da literatura brasileira, maso que poucos sabem é que ele também se destacou como cronista. Suas crônicas, publicadas nos jornais da época, são marcadas pela observação da realidade, pelo humor característico do autor e pela sensibilidade poética.
5. Rachel de Queiroz (1910-2003)
Primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras, eleita em 1977 e ocupante da cadeira 5, Rachel de Queiroz foi uma romancista, dramaturga e cronista renomada. Suas crônicas, repletas de sensibilidade e crítica social, abordam temas como a seca no Nordeste, as relações familiares e o papel da mulher na sociedade.
6. Fernando Sabino (1923-2004)
Fernando Tavares Sabino foi escritor, jornalista e editor brasileiro, conhecido por suas crônicas pautadas no cotidiano, mas abordados com grande sagacidade e humor. Seus textos proporcionam uma leitura leve e, ao mesmo tempo, reflexiva, abordando temas humanos universais e peculiaridades do Brasil.
7. Luis Fernando Verissimo (1936-)
Filho do também escritor Érico Verissimo, Luis Fernando é um dos cronistas mais populares do Brasil atual. Seus textos são conhecidos pelo humor inteligente e pelas observações perspicazes sobre a sociedade brasileira, a política e as relações humanas.
A lista acima é curta e poderíamos citar aqui mais outros tantos cronistas de destaque nacional. Cada um desses autores trouxe contribuições inestimáveis para a literatura brasileira através de suas crônicas, proporcionando reflexões, entretenimento e uma compreensão mais profunda sobre a humanidade e a sociedade brasileira. Qual outro cronista você destacaria neste texto?
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Eu sou cronista. Já elaborei mais de 6.000 crônicas. Sou autor de de 70 livros, mas nenhum foi vendido. Sou autor independente e publico para o meu gosto. Temo alguma forma de repressão, devido à forma como escrevo, com a mão pesada sobre crítica política. Gostaria muito que alguém pudesse avaliar se o meu temor tem procedência. O meu temor é sobre perseguição à minha pessoa, como escritor.
Percebo que vocês tratam a literatura com seriedade, responsabilidade e tem amor ao que faz. Qualquer escritor sente-se bem, tendo trabalhos editados por vocês. Eu tentei me inscrever mas acusa que já existe meu CPF usado logo, deve estar inscrito, tenho interesse de fazer um livro por aí . Goataria de saber se vocês fazer por coo-edição.
Muito prática essa aula sobre crônica. Tenho pronto um livro de crônica que comporta 54 páginas. Gsotaria de tr um contato para vermos a condição de co-edição.
Agradeço. José Antonio (J.A.SILVA)
Olá, José. Entre em contato no atendimento@clubedeautores.com.br que ajudaremos você. Abraços!