O que a literatura árabe tem a nos ensinar?

De todas as civilizações que banharam a nossa história, a árabe sempre foi a mais voltada para a literatura. O que nos leva à pergunta do título deste post. O que a literatura árabe tem a nos ensinar atualmente?

Por um lado, temos o mundo cristão medieval, largamente analfabeto, pesquisava novas fundações para sua filosofia por meio de pinturas e esculturas – obras essencialmente visuais. Por outro, os califados e taifas ibéricos e as tantas civilizações do médio oriente e norte da África, em parte empurrados por crenças iconoclastas, devotaram-se à literatura como a mais nobre das artes. 

E, por muitos e muitos anos, isso colocou a civilização árabe à frente do mundo, iluminando um futuro por meio de desbravamentos fundamentais na matemática, na medicina, na ciência, na filosofia. 

Passados tantos séculos, os pesos geopolíticos deram uma forte guinada e o antes conservador e atrasado Ocidente abraçou uma espécie de pan-liberalismo que funcionou como um novo renascimento em todas as frentes, da social à cultural. 

Mas, claro, os fortíssimos elos forjados entre a população de origem árabe (e persa e turca) e a literatura seguem, mantidos coesos por uma mescla de vínculo ancestral com o caos urbano que ziguezagueia, incansável, pelas ruas de cidades como Cairo, Beirute, Istanbul e Baghdad. 

São velhas cidades formadas a partir de um caldo absolutamente miscigenado de populações, berço das mais diversas civilizações e que, até por isso, entendem os seus lugares no mundo a partir das histórias que cruzam tempos e fronteiras até chegarem aos mais distantes ouvidos em forma de lendas. 

Assim nasceram as Mil e Uma Noites de, Xerazade. Assim nasceu a Trilogia do Cairo, obra prima de Naguib Mahfouz. Assim nasceram os tantos livros inigualáveis do Nobel Orhan Pamuk, umdos quais – chamado Meu Nome é Vermelho – funciona justamente como uma revolucionária ode à própria arte de escrever. 

A visão ocidental

Nós, no Ocidente, acabamos ouvindo de terras muçulmanas apenas notícias de guerras e terrorismos e devastações, construindo a partir daí muralhas quase intransponíveis de preconceito. É um erro. 

Um erro porque todo preconceito é, antes de mais nada, burro. Filho da superficialidade com o generalismo, o preconceito nos cega para pensamentos diferentes dos nossos e que, até por isso, funcionam como fontes poderosíssimas de inspiração. 

Nós, aqui, somos todos contadores de história. Todos nos dedicamos a observar nosso mundo por prismas geográficos, temporais ou sociais para pintar filosofias próprias que ecoem pelos olhos e ouvidos do máximo possível de pessoas. Nós, portanto, dedicamos toda a nossa energia a compartilhar, a ensinar, a inspirar. 

E há melhor forma de alimentar nossas almas do que mergulhar em universos diversos dos nossos? 

O que aprender com a literatura árabe?

Passados tantos séculos de dedicação à literatura como arte suprema, o que o mundo árabe (e persa e turco) tem a nos ensinar? Como são as histórias que eles contam e os mundos que eles pintam? Quais os desafios enfrentados pelos autores daquele tão denso trecho do planeta – e como nós podemos aprender com eles? 

Conheça a nossa convidada: Laura di Pietro

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O episódio de hoje conta com a pessoa perfeita para falar dos ensinamentos do mercado editorial do médio oriente: Laura di Pietro, Diretora da singularíssima editora Tabla, especializada na publicação de livros referentes às culturas do Oriente Médio e do Norte da África e seus ecos mundo afora.

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Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

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