Nós, lusófonos, costumamos carregar um triste pessimismo em relação ao papel e à força da nossa língua no mundo.
Usamos como combustível o fato de que Brasil e Portugal, embora opostos na quantidade populacional – temos 220 milhões e 10 milhões de habitantes, respectivamente – sejam países igualmente isolados pela geografia e ilhados pela língua espanhola.
Esquecemos que há mais 60 milhões de pessoas em países lusófonos como Angola, Moçambique e Cabo Verde.
Esquecemos que muitos desses povos vivem sob uma das características mais marcantes do século XXI – uma diáspora generalizada que leva a nossa língua para centenas de países em todo o mundo.
E esquecemos talvez do mais importante: é justamente a singularidade exótica do nosso idioma e das culturas que o abraçam, tal qual percebido por povos de todos os demais cantos do mundo, que dão a ele um tempero a mais, que conferem um certo magnetismo atraindo olhos curiosos.
Como melhor descobrir essa terra mágica que é a Bahia senão pelas letras de Jorge Amado? Quer guia melhor para o sertão que as tramas de Guimarães Rosa? E os efeitos das guerras de independência africanas? Quem melhor que Mia Couto, com sua poesia em prosa, para nos ensinar? Isso sem contar Saramago, primeiro Nobel da Literatura na língua portuguesa, Machado de Assis, Clarice Lispector, António Lobo Antunes e tantos, tantos outros.
A lista é grande – como também é a curiosidade do mundo por tudo o que se produz nas bandas de cá da latinidade.
Por que falo isso tudo? Porque, em nossos tempos, a língua está prestes a se transformar de barreira para porta de entrada. Sim, ainda temos que lidar com as dificuldades de se traduzir textos e de se deixá-los ao alcance de americanos e ingleses e alemães e franceses e espanhóis; e ainda temos que lidar com a geografia, que impõe necessidades logísticas cruéis para que nossos livros cheguem a todos.
Mas isso está mudando.
O Clube de Autores na Europa é um exemplo disso. Em um piscar de olhos estaremos distribuindo livros por todo o continente europeu e, em seguida, por todas as américas. Milhões de novos leitores lusófonos estarão ao alcance dos escritores brasileiros e vice-versa.
Mas a dinamização da tradução de textos virá em algum tempo, bem como a curiosidade cultural necessária para levar cidadãos a aprender nosso idioma para trafegar melhor pela nossa tão atrativa cultura.
E como isso tudo se dará? Qual é, exatamente, o potencial da nossa língua e como ela pode ser, por si só, uma vantagem para os nossos escritores?
Quem falará sobre isso será Susanna Florissi, que tem um currículo tão extenso que falá-lo todo exigiria um podcast à parte. Mas vamos a um resumo simples:
Foi Diretora Livreira da CBL – Câmara Brasileira do Livro. Fez parte da Comissão Organizadora do Prêmio Jabuti. Coordenou a Comissão do Livro Digital da mesma CBL. Idealizou, organizou e coordenou a Comissão para a Promoção de Conteúdo em Língua Portuguesa da CBL. É autora de materiais didáticos impressos e digitais e co-autora dos seguintes títulos para o ensino de Português como Língua Estrangeira: ‘Bem-Vindo! A Língua Portuguesa no Mundo da Comunicação’, ‘Tudo Bem? Português para a Nova Geração’, ‘Panorama Brasil – Ensino do Português no Mundo dos Negócios’, ‘Vamos falar português!’, ‘Fale Português’ e da Central de Mídia para o Ensino da Língua Portuguesa – CMELP. Foi/ é convidada a palestrar sobre conteúdo digital, redes sociais e sobre o universo de Português como Língua Estrangeira por entidades como Universidade Anhembi-Morumbi, Universidade de São Paulo, Universidade Federal do Maranhão, CBL, SBS, em reuniões de Editoras Cristãs, colégio Santa Cruz, Faculdade Bandeirantes, PUC Curitiba, FlipZona, Salão do Livro Infantil da FNLIJ, BandDigitalTalks, Universidade Mackenzie, no X EMEP, no 26º CIAED, nas III Jornadas da Língua Portuguesa no Mindelo, no ICEF Latina America e em encontros presenciais de Professores de Português como Língua Estrangeira nas Universidade de Columbia e Princeton (EUA), no Focus Brasil em Fort Lauderdale (FL – EUA), no Consulado de Portugal em Sevilha, na Universidade de Salzburg (Áustria), no Rio de Janeiro, em Buenos Aires, em Madrid, em Paris, em Fortaleza e em Recife, na Feira Internacional do Livro de Bogotá, de Frankfurt, de Santiago e de Guadalajara, e no seminário L’édition en sciences sociales à l’ère numérique : perspectives franco brésiliennes na Embaixada do Brasil em Paris.
Foi moderadora de diversos webinários da série Cultura e Língua Portuguesa (YouTube). Participou de 14 edições da Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha. Nas horas vagas, gosta de fazer leituras críticas de manuscritos das mais diversas áreas.
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