Pensática Podcast, Ep. 30: Livros traduzidos automaticamente?

Já alerto o ouvinte: este talvez seja o episódio mais especulativo de todo o podcast. Mas faço, ato contínuo, um contraponto enfático: não fossem as especulações que ganharam os olhos do mundo inteiro nas ficções científicas, possivelmente estaríamos ainda acorrentados na idade média. 

Quem acompanha os nossos posts sobre o processo de internacionalização do Clube de Autores lá no nosso blog – blog.clubedeautores.com.br – sabe que uma das primeiras conclusões que chegamos é que fronteiras geográficas são coisas do passado. Quando saímos do Brasil, país de dimensões continentais e isolado nas Américas pelo seu idioma, e chegamos nos pequenos países europeus, nossa visão muda. 

Isolamento dá lugar a comunidade; dimensões deixam de existir; e barreiras desaparecem a toque de mágica. Em outras palavras: chegamos à conclusão de que não existirá um Clube de Autores Portugal – existirá um Clube de Autores em português. A diferença, meu caro ouvinte, é gigante. Estivéssemos presos às fronteiras de um país, teríamos como autores e leitores apenas os habitantes daquele país. Mas… e os milhões de brasileiros, portugueses, angolanos, moçambicanos e cabo-verdianos que vivem espalhados pelo continente, em países como França, Luxemburgo, Espanha etc.? Se o conceito de comunidade europeia permite que se cruze fronteiras sem burocracias e que a logística de todo o continente seja unificada, por que não servir a todos? E, quando ampliarmos as nossas forças para o Espanhol, o que nos impede de atender a comunidade hispânica não apenas na Europa inteira, mas também na própria América Latina, onde já temos não apenas a sede como também boas conexões? 

O mundo, hoje, não é mais tão dividido por fronteiras geográficas como no passado. Não que elas não existam – não é isso que estou dizendo. Mas elas são muito, muito menos importantes do que as fronteiras linguísticas. 

Toda a nossa operação aqui no além mar, de onde falo, ancorado na cidade de Lisboa, se baseará nesse princípio, entregando a autores independentes brasileiros o mercado europeu e a autores independentes europeus o mercado brasileiro já no final deste ano de 2022. 

Mas se isso é o presente… qual é o futuro? 

Bom… eu sempre acreditei que existe uma fórmula para prever o futuro. Basta olhar para o presente e tirar dele tudo o que não fizer sentido. E o que não faz sentido? 

Ter idiomas como barreiras. E é isso que nos leva ao nosso papo de hoje. A pergunta que dominará este episódio é simples: o quão especulativo é imaginar um futuro onde traduções sejam mais automatizadas, um futuro em que um livro escrito em português seja quase que imediatamente disponibilizado em inglês, espanhol, alemão, swahili ou qualquer outro idioma, integrando de maneira absoluta todos os povos do nosso planeta (e abrindo mercados de bilhões de leitores novos para os nossos autores)? 

Quem nos ajudará a responder a isso Plínio Gherardi, um amigo de longa data e fundador da Lenguae, uma das empresas que mais tem despontado na tradução multi-idiomas para grandes empresas. 

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Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

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