“Ajuda ele emprestava a juros. Amor só dava a prazo. Rancor era à vista. A gratidão só recebeu fiado.”
“Casa de ferreiro, espeto de pau – desculpava-se o carrasco perante sua mulher ao se recusar a esmagar aquela barata na cozinha.”
“Seu funeral teve tantos discursos que o morto conseguiu ser ainda mais enfadonho do que fora em vida.”
Pois é: essas três historietas acima são o que chamamos de microcontos. Como o próprio nome sugere repleto de obviedade, contos minúsculos, feitos de um punhado de caracteres, mas que compreendem pensamentos que voam da ironia ao amor com uma sutileza surpreendente.
Gênero novo? Talvez. Provavelmente. Em uma arte que se popularizou no passado com textos imensos, por vezes com centenas e mais centenas de páginas, a compressão de raciocínios sem dúvidas traz um ingrediente interessante a esse nosso universo de livros. E há um livro aqui no Clube que indicamos entusiasmadamente sobre o gênero (e de onde tirei esses exemplos que abriram o post): Microcontos cruéis, surreais, eróticos e outros, de Carlos Seabra, considerado por muitos como um dos pais do próprio conceito de microcontos.
Quer si divertir um pouco? Dê uma olhada nesse título clicando aqui ou indo diretamente ao link https://www.clubedeautores.com.br/book/216736–Microcontos_crueis_surreais_eroticos_e_outros.
É sempre uma viagem interessante desvendar novas fronteiras da literatura.