Entre 2010 e 2011, pouco depois de termos fundado o Clube de Autores, ebooks eram uma espécie de predador mercadológico em sua infância, destinado a assassinar todas as formas de consumo de literatura em pouquíssimo tempo.
O livro impresso, então considerado velho, antiquado, mofado, tinha seus dias contados. Mundo afora, startups dos mais diversos gêneros surgiram para aproveitar e, ao mesmo tempo, impulsionar essa revolução. Apple, Amazon, Google, todos mergulharam de cabeça no que era tida como uma inovação definitiva, algo que mudaria absolutamente tudo.
Até que… bom… até que não mudou.
Não me entendam mal: não é que ebooks tenham se metamorfoseado de futuro para pretérito imperfeito. O mercado de ebooks é, hoje, gigante, estimado em mais de US$ 30 bilhões. E ele se beneficiou consideravelmente durante a pandemia, quando a rampa de crescimento estimado chegou a 6% por ano até 2026. Mas, para a frustração de muitos dos oráculos mercadológicos, essa cifra fica distante da dominação mundial do mercado de livros que, em 2022, ultrapassou os US$ 140 bilhões.
E tem mais: no começo de 2022, já em uma espécie de pós-fase-crítica-da-pandemia, de “novo normal”, o mercado de livros impressos cresceu espantosos 15% em volume quando comparado a 2020. Impressionantemente, o livro impresso cresce com uma voracidade maior que o livro digital – que,por sua vez, cresce menos que o “new kid on the block”, o audiolivro.
Isso significa que o ebook vai morrer? Não, claro que não. Significa que cada formato tem seu público, seu momento, seu mercado, e que todos devem conviver juntos enquanto puxam para cima o hábito da leitura – isso sim algo digno de se comemorar.
Mas qual, exatamente, o espaço que o futuro reserva para o ebook? Como o autor independente deve se beneficiar do acesso a ele? Que players estão dominando esse mercado e como isso deve se desenrolar?
Ninguém melhor para falar sobre isso que Cris Gomes, Head de Marketing da maior distribuidora de ebooks do mundo, a Bookwire. Publicitária de formação, com MBA em Marketing e especialização em Gestão de Negócios, Cris tem mais de 20 anos de experiência, sendo os últimos 8 dedicados aos ebooks e audiobooks, ajudando a tornar realidade os formatos digitais no mercado editorial brasileiro.
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