Uma das grandes maravilhas da literatura independente é que ela permite vôos muito mais distantes que os limites convencionais da cultura de massa. Ela permite que se explore em profundidade detalhes quase periféricos da vida; que se abra caixas e mais caixas contendo linhas de pensamento peculiares, por vezes até marginalizadas; que se entregue à humanidade como um todo nuances que dificilmente o mercado tradicional conseguiria delinear.
E, com cada vez maior frequência, percebemos aqui no Clube livros que rompem as fronteiras imaginárias cercando o mercado independente e que caem no gosto popular. Não foram poucos: já tivemos livros que viraram filmes, séries e até novela. E também não vou dizer que isso seja uma prerrogativa do Clube: a literatura independente é assim. Carlos Drummond de Andrade, Monteiro Lobato, Mário de Andrade, Lima Barreto, José de Alencar, Euclides da Cunha, Manuel Bandeira, Ferreira Gullar, Lewis Carroll, Marcel Proust, Edgar Allan Poe, Tolstói, Mark Twain, Lisa Genova, E. L. James, Mário Sérgio Cortella, Augusto Cury, Eduardo Spohr… todos esses autores se autopublicaram. Não é nada exagerado dizer, portanto, que os desbravadores da literatura mundial sempre foram os autores independentes.
Dito isso, é sempre um prazer e uma honra acompanhar livros que, de repente, começam a despontar. É o caso do romance O Povo Lãklãno e Os Outros, por Ricardo de Campos, que já estreou vendendo mais de mil exemplares.
Ouça a sinopse para entender a originalidade da história em si – certamente um dos motivos para o seu sucesso.
Romance histórico escrito pelos professores Namblá Gakran (in memoriam) e Ricardo de Campos, que conta a história de uma família indígena da etnia Xokleng/Laklãnõ, mais especificamente da jovem índia Kóziklã, em terras catarinenses no início do século XX. O livro foca a vida da jovem Kóziklã, retratando as tradições, costumes e crenças desse povo bem como os primeiros contatos com os colonizadores europeus, a terrível perseguição empregada pelos bugreiros e a suposta pacificação organizada pelos agentes do Serviço de Proteção ao Índio. Uma obra que faz o leitor mergulhar no universo dos antigos índios Xokleng e conhecer melhor uma parte da história catarinense que, por muito tempo, foi ocultada das narrativas oficiais.
E, hoje, vamos falar justamente com o autor, Ricardo de Campos. Ricardo é formado em Letras – Português e Inglês (UFSC/UnC) e Mestre em Educação (UFSC). Atuou em escolas do Ensino Fundamental e Médio da rede pública e particular, escolas de idiomas, instituições de ensino técnico e de graduação. Atualmente, trabalha como professor de Português do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).
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