Acredito que o sucesso de qualquer indivíduo na busca pela sua própria felicidade pode ser medida pela quantidade de “Momentos Eureka” que ele tenha.
Quando se leva um cotidiano morno, basicamente composto de “acordar-trabalhar-dormir” e que, no longo prazo, vira algo como “nascer-procriar-morrer”, o ser humano acaba pulsando em suas veias tanta vida quanto uma planta. Nada contra plantas, claro: mas poder racionalizar o mundo em torno de nós é uma dádiva que poucas espécies tem.
Por que, então, não aproveitar isso melhor?
Racionalizar a vida é algo simples: basta prestar atenção em tudo o que nos cerca, bebendo os detalhes, observando as sutilezas e, na falta de uma palavra melhor, aprendendo. Pode ser qualquer coisa: um programa chato na TV, a chuva caindo em um dia cinzento, o suor pingando quando se corre no parque, uma apresentação entediante no trabalho. Qualquer mínima coisa carrega em si uma espécie de vida própria, de “novidade”, de mini caos a partir do qual formas e conceitos inteiros se originaram até se transformar no que vemos em sua superfície.
Isso pode parecer insano, quase lisérgico. Eu sei.
Mas, no final das contas, se você prestar atenção em cada detalhe como que descobrindo uma nova dimensão, acabará percebendo esse caos que pulsa nas novidades e não-novidades do nosso cotidiano.
E, ao perceber o caos, é como se pudesse beber de uma fonte de inspiração muito mais poderosa e intensa, muito mais nítida, muito mais relevante. Quando se aprende a observar, aprende-se a pensar, e mergulhar, a inovar.
É dessa observação que pode nascer um “Momento Eureka”: uma grande descoberta sobre algo igualmente grande ou até mesmo minúsculo, algo que possa mudar a vida de maneira indiscutível.
A regra, portanto, é simple: ignore as formalidades da monotonia e observe com olhar de lince cada detalhe que nos cerca. Descubra a alma de cada coisa, a confusão que a originou, o caos. Mergulhe nesse caos. Traga esse caos para a sua própria vida.
Dele, puxe algum “Momento Eureka” para si mesmo. E passe a colecioná-los, possivelmente ampliando o leque de “coisas diferentes” que pode passar a fazer na vida.
E, depois, escreva um – ou vários – livros.