Tenho um livro semi-pronto faz um mês.
Com a correria do final de ano, ele está se arrastando, se arrastando, se arrastando…
Fica como prioridade dois. Depois três. Depois quatro.
Quando estou fora do computador, minha cabeça viaja nos possíveis finais e praticamente deixa tudo escrito em letras nas nuvens, tudo tão claro quanto a mais perfeita utopia.
Quando sento para escrever, no entanto, logo um email, uma mensagem via Whatsapp ou alguma outra urgência qualquer me arrancam da frente do computador.
Não sei se é exatamente isso, mas me parece um caso bem típico de bloqueio criativo. E, com isso, descobri que bloqueio criativo não tem a ver com a criação em si: esta voa, sempre liberta de qualquer amarra, criando e recriando o que quiser. Bloqueio criativo tem a ver com o ato em si, o escrever, o coloca no papel, a finalização.
E, da mesma forma, bloqueio criativo só pode ser encerrado com uma decisão.
No meu caso, ei-la aqui, agora.
Pode ser que demore uma, duas, três horas: mas, de hoje, o final desse livro não passa.
É preciso encerrar o ano com um ponto final.