Chegamos, ainda bem, no capítulo final da crise

Há uma ligação entre crise e pessimismo parecida com aquela história do ovo e da galinha. Isso é óbvio: quanto mais crise, mais pessimismo se estabelece em uma sociedade; quanto mais pessimismo, menos as pessoas ficam dispostas a se arriscar e, portanto, mais crise acaba sendo gerada.

Nós, brasileiros, sabemos bem disso: estamos encerrando o pior ciclo de recessão da nossa história.

Foram dois anos em que menos ideias se transformaram em negócios (por falta de investimento), menos experiências de vida foram somadas (por falta de oportunidade), menos histórias memoráveis, enfim, foram acumuladas.

Mas os números, pela primeira vez em muito tempo, parecem abrir algum caminho para que mudemos a nossa “agenda mental”. A inflação desacelerou fortemente, os juros baixaram, a produtividade cresceu e até as previsões do PIB das instituições mais conservadoras passaram a abrir mais sorrisos nos sempre tensos “mercados”.

Estamos navegando em céu de brigadeiro? Claro que não – não se sai de uma recessão dramática como a brasileira em um punhado de meses. Mas, em muitos casos, não precisamos cruzar a porta para mudarmos de ambiente: basta que consigamos enxergá-la. É simples assim.

E, agora, pela primeira vez em dois anos, essa porta parece visível.

Aproveitemos. Todo livro precisa de um final para que possamos partir para o próximo.

the end

 

Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

2 comentários em “Chegamos, ainda bem, no capítulo final da crise

  1. Não vejo nenhum fim da crise com o governo brasileiro portando uma divida pública de R$ 4,4 TRILHÕES!!! O que parecemos ver, muito provavelmente, é uma bonanza temporário, antes do furacão devastador.

    1. Oi John! Dívidas públicas gigantes são meio comuns em qualquer país grande como o Brasil. Mas nem é isso que estou falando: o problema não é a dívida em si mas como ela está sendo gerenciada e se está começando a diminuir. Quando a curva da economia começa a crescer de novo é porque as coisas tendem a melhorar. Isso, é verdade, ainda não está tão assegurado aqui no Brasil – mas me parece, ao menos pelos últimos indicadores que tenho acompanhado, que estamos finalmente em um caminho ascendente.

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