Escrevi em algum outro post que o mundo tem perdido suas metáforas para os discursos diretos, menos carregados de simbolismos que no passado. O papo hoje é invariavelmente reto: há, afinal, liberdade de expressão demais para se perder tempo escondendo significados em teias literárias meticulosamente engendradas.
Não gosto disso, confesso: prefiro, e muito, o universo dos códigos multisignificantes que nos deu Shakespeare, Tolstoi, Guimarães Rosa. Mas tenho também total ciência de que minha opinião aqui é absolutamente irrelevante.
O fato é: se poesias formam um estilo rebuscado por natureza, tão carregado de lirismo quanto de simbolismo, há como elas sobreviverem em tempos que preferem linguagens tão mais cruas? Há como imaginar Rembrandts para uma plateia que prefere pieguices políticas rabiscadas nos muros das grandes cidades?
Olhemos o passado.
Na época dos trovadores, a literatura era praticamente restrita a poesia. Com o tempo, parágrafos foram substituindo versos e endireitando os labirintos. Ainda tínhamos Camões e Anchietas, mas convivendo com artistas mais… digamos… literais que literários.
Caminhemos um pouco mais.
Sim, encontraremos Fernando Pessoa, cruzaremos com Drummond, toparemos com Manoel de Barros… mas eles passam a ser mais indivíduos únicos do que representantes de todo um tempo.
E perceba também que, aos poucos, os nomes vão ficando cada vez menos conhecidos, famosos.
Olhe para nossos tempos. Quais os poetas mais renomados de hoje? Sim, certamente há alguns que minha falha memória não me deixa enxergar… mas esses alguns são mais sobreviventes teimosos do que amostras de um vasto universo artístico.
“Poesia é brega”, ouve-se dizer com cada vez mais frequência. “Não tenho paciência para poesia”, alguém mais completa.
Mas a pergunta que faço é simples: há espaço para a poesia em tempos de demanda tão direta por informação nua e crua, mais óbvia que sinuosa, mais ilustrada que simbolizada?
Torço para que sim com a mesma força que lamento que não.
E torço também para que nossos poetas de hoje sigam na batalha construindo o mundo dos seus sonhos nos mais belos versos. Um dia, espero, o mundo dará uma de suas conhecidas voltas e eles terão o devido valor.
Esse site está vendendo meu TCC sem minha autorização. Antes de acionar a empresa Clube de Autores judicialmente, quero saber quem permitiu que vocês ganhassem dinheiro com um texto meu, sem que eu soubesse.
https://clubedeautores.com.br/book/225079–INCENTIVOS_FISCAIS_AO_AUDIOVISUAL_BRASILEIRO__MERCADO_PUBLICO_E_SOCIEDADE__Roger_Franchini#.WFxYsbTA2f0
Oi Roger. O Clube é uma empresa de autopublicação – nós não publicamos nada por conta própria. Os próprios autores é que publicam, inclusive assumindo integral responsabilidade por isso. O que acreditamos que possa ter acontecido é que algum membro do seu grupo de TCC o tenha publicado para solicitar a impressão e, depois, tenha se esquecido de remover (algo que o próprio usuário que publicou pode fazer diretamente). Estamos entrando em contato contigo por email ou telefone agora mesmo para esclarecer eventuais pendências e fazer a ponte com o usuário que publicou a obra para que este a remova.
Reflexão “Poesia não está acabando e sim modificando e os autores citados passando, pois a Tempo para tudo” rsrsrsrsrsr paz e bem. Boas Festas e Bom Ano Novo!
Tá lá no wikepedia, as sete artes: Música, Dança, Pintura, Escultura, Literatura, Teatro e Cinema.
Sobre essas 7 existem variações e critérios diferentes, trazendo:
– Arquitetura, Escultura, Pintura, Música, Dança, Poesia e Cinema.
– Pintura, Escultura, Arquitetura, Dança, Música, Literatura, Cinema, Televisão, Banda Desenhada, Jogos de Vídeo e/ou Modelismo Ferroviário e Multimídia ou Arte Digital.
– Arquitetura, Escultura, Pintura, Música, Poesia, Dança-Mímica-Teatro-Circo, Cinema, Rádio-Televisão-Fotografia e/ou agrupados em “media arts”, Banda Desenhada, Arte Digital e/ou RPG e/ou Jogos de Vídeo e/ou Modelismo Ferroviário, Culinária e Arte Gráfica.
Antes de mais nada Banda Desenhada se refere as estórias em quadrinhos, mangás, gibis etc.
Poesia está destacada como uma arte ou está dentro da Literatura. Ela é uma manifestação inconteste de arte a forma de exprimir a estética.
E essa tal da estética, é o que?
Estética é aquele que nota, que percebe.
Fechando o ciclo, poesia faz a gente perceber. Perceber é algo muito vasto, que se define também pela sensibilidade, que é algo profundo mesmo para uma simples encarada.
Impossível parar a criação de novas linguagens na forma de escrever e falar, isso é uma questão de evolução social da língua. Não é disso que se trata quando se diz que a poesia está acabando.
Papos objetivos e diretos são ótimos nos momentos certos, isso não acaba com a poesia.
O que está se acabando entre nós é a questão de perceber as coisas, consequentemente acabando a arte e a estética.
Perceber é uma provocação, arte também. Provoca seus sentidos, eleva.
Se a provocação para perceber algo que não está evidente não nos cativar, não nos contagiar, então a poesia (e todas as demais artes) não servirá para mais nada mesmo. A obviedade nos bastará.
Tomara, Matos, que a obviedade não nos baste. Se um dia nos bastar é porque teremos nos transformado todos no Esteves sem metafísica do Fernando Pessoa :-)