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Diversidade, equidade e inclusão: análise da primeira pesquisa do setor editorial brasileiro

A diversidade, equidade e inclusão (DE&I) são temas centrais para o desenvolvimento de qualquer setor, e o editorial não é exceção. A 1ª edição da pesquisa de Diversidade, Equidade e Inclusão realizada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) nos traz um importante recorte sobre o mercado editorial brasileiro. Este estudo não apenas mapeia a percepção e os critérios de DE&I nas editoras, como também serve como um ponto de partida para futuros estudos e aprimoramentos no setor. 

Neste texto, analisaremos os dados apresentados no relatório e, no final do texto, disponibilizaremos o link para você conferir a pesquisa na íntegra. Boa leitura!

Perfil dos respondentes da pesquisa

A pesquisa foi conduzida entre editoras de todo o Brasil, mas a maioria dos respondentes está concentrada na região Sudeste, com 87% das editoras localizadas nessa área. Esse dado já revisita um desafio para futuras edições da pesquisa: como garantir uma maior representatividade de outras regiões do país? 

Além disso, 60% das editoras participantes têm um faturamento anual de até 3 milhões de reais, e 60% contam com até 49 colaboradores em seus quadros. Esses números mostram que a maioria das editoras é de pequeno porte, o que pode influenciar na implementação e na gestão de políticas de DE&I.

Diversidade: um caminho ainda a ser percorrido

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Quando se trata de diversidade, a pesquisa revela que 78% das editoras defendem o compromisso com a não discriminação e a promoção da diversidade, equidade e inclusão. Entretanto, apenas 58% registram informações sobre cor, raça, orientação sexual e deficiências de seus colaboradores, indicando uma lacuna significativa no entendimento e, na prática da diversidade nas empresas.

É interessante notar que 98% das editoras afirmam não haver restrições quanto a gênero em suas operações, e a mesma porcentagem reporta não ter presenciado situações de etarismo

No entanto, a diversidade de gênero e étnica ainda apresenta desafios, especialmente quando analisamos a representatividade entre os colaboradores: 93% dos colaboradores são brancos, enquanto apenas 22% são indígenas e 40% amarelos. A representatividade LGBTQIAPN+ também aparece como um ponto de atenção, com 67% das editoras reportando a presença de colaboradores desse grupo.

Equidade: entre compromissos e práticas

A equidade no setor editorial também apresenta avanços, mas ainda há muito o que se fazer. Um dado interessante é que 62% das editoras afirmam que seus compromissos com a agenda de DE&I incluem especificamente mulheres e pessoas pretas, enquanto 51% mencionam o público LGBTQIAPN+. Por outro lado, quando se trata de processos terceirizados, 44% das editoras indicam que a representatividade de grupos minoritários não é um fator decisivo na contratação de serviços, o que mostra uma contradição entre o discurso e a prática.

Ainda assim, 87% dos respondentes acreditam que seus colaboradores estão preparados para conviver de maneira saudável com diferentes etnias e grupos, o que é um sinal positivo de que, pelo menos em termos de percepção, a equidade está sendo promovida dentro das equipes.

Inclusão: um desafio em nível de liderança

Quando se trata de inclusão, especialmente em níveis de liderança, a pesquisa aponta que 87% das editoras têm mulheres em cargos de liderança, o que é um bom indicativo de progresso em termos de gênero. Contudo, a representatividade de outros grupos, como pessoas indígenas (11%) e PCD (11%), ainda é baixa, sugerindo haver um longo caminho a ser percorrido para uma inclusão mais ampla e efetiva em todos os níveis hierárquicos.

O valor da Proposição de Valor ao Empregado (EVP)

Por fim, a pesquisa também explora a percepção das editoras sobre a importância de formalizar o compromisso com a DE&I e comunicar isso a todas as partes envolvidas. Aqui, 60% das editoras afirmam que tal compromisso é formalizado, mas apenas 38% incluem aspectos de DE&I em programas de remuneração variável. Isso aponta para uma área de oportunidade significativa: alinhar práticas de gestão de pessoas visando DE&I pode não só melhorar o ambiente de trabalho, como também fortalecer a marca empregadora.

Conclusão: o Início de uma série de dados 

A 1ª edição da pesquisa de Diversidade, Equidade e Inclusão do SNEL é um importante passo para o setor editorial brasileiro. Ela levanta questões cruciais sobre como o setor está lidando com esses temas e também abre portas para uma autorreflexão necessária. A partir desses dados, é possível identificar tanto avanços quanto áreas que ainda necessitam de maior atenção e ação.

Com base nesses primeiros resultados, espera-se que o mercado editorial brasileiro se comprometa ainda mais com práticas que promovam um ambiente de trabalho mais diverso, equitativo e inclusivo. O caminho para uma verdadeira transformação cultural é longo, mas com a continuidade desses estudos e a implementação de políticas eficazes, o setor pode se tornar cada vez mais justo e representativo.

Esse é apenas o começo. O futuro promete novas edições dessa pesquisa e, com elas, a oportunidade de acompanhar a evolução do setor em direção a um ambiente mais inclusivo e igualitário.

Acesse a pesquisa completa: 1ª edição da pesquisa de Diversidade, Equidade e Inclusão do SNEL

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