É difícil achar quem conviva com os players tradicionais do mercado editorial tradicional que não abra uma conversa reclamando do quão antiquado e até mesmo parado no tempo ele sempre esteve. E aqui, vale ressaltar, estamos falando do MERCADO TRADICIONAL, daquele que desde os tempos de Gutenberg se consolidou como status quo da distribuição da cultura impressa mundo afora.
Isso não significa que o mercado EDITORIAL esteja parado no tempo. Ao contrário: de alguns anos para cá, transformações e revoluções foram quase corriqueiras. É como se houvesse dois grandes lados de uma guerra que, verdade seja dita, jamais deveria sequer ter existido. De um lado, editores e livreiros antigos fazendo de tudo para não mudar nada do que eles já estavam acostumados; de outro, start-ups e autores independentes aproveitando cada nova possibilidade para entregar inovação a uma gama crescente de leitores.
Já deixo um depoimento pessoal, daqui do Clube de Autores, que ilustra bastante esse cenário. No nosso primeiro ano de vida, lá em 2009, fomos convidados a palestrar em um evento de editores. Cheguei lá todo feliz, vestido de pura inocência e empolgado pela conexão com tanto protagonista do mercado no qual eu estava entrando. Subi ao palco e fui apresentado como – e abro aspas aqui – “o profissional que assumiu para si a missão de destruir o mercado editorial e as editoras de vocês”. Não preciso dizer que foi o evento não foi exatamente uma maravilha, certo?
E esse foi apenas um dos exemplos de fatos que certamente marcaram muitas das batalhas de empreendedores e autores independentes nos últimos anos. A boa notícia é que, ao menos em grande parte, essas brigas ficaram para trás e prevaleceu o bom senso: o mercado já se entregou ao movimento da transformação e as portas para o novo estão cada vez mais abertas.
Meu convidado de hoje não só reportou todo esse processo de camarote, como imprensa, como também atua hoje em um dos mais importantes pilares da transformação: a educação. Falo do Leonardo Neto, jornalista, graduado pela Universidade Federal de Goiás e pós-graduado pela PUC de Goiás. Depois de uma carreira de mais de 15 anos em comunicação corporativa e assessoria de imprensa na área Cultural, ele assumiu, em 2014, como editor-chefe do PublishNews, o maior portal de informações e de notícias sobre o mercado editorial brasileiro.
Desde então, esteve na cobertura de importantes eventos como as feiras do Livro de Frankfurt, de Sharjah, de Londres e de Buenos Aires. Em 2016 foi convidado pelo governo alemão para compor uma missão de editores brasileiros naquele país e, em 2019, foi finalista no Excellence Awards, prêmio da Feira do Livro de Londres e UK Publishers Association, na categoria Jornalista na Cobertura do Mercado Editorial. Em 2020, publicou, pela Oficina Raquel, o livro 100 nomes da edição, que perfila 100 editores que construíram a história do livro no Brasil.
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