A leitura é uma atividade que enriquece o conhecimento, estimula a criatividade e amplia os horizontes culturais. No entanto, muitas pessoas enfrentam barreiras que as impedem de ler mais, seja por falta de tempo, interesse ou acesso. A 6º edição do Retratos da Leitura no Brasil, realizado pelo Instituto Pró-Livro (IPL), traz dados reveladores sobre os motivos pelos quais as pessoas não leem mais e como elas ocupam seu tempo livre.
Neste blogpost, vamos explorar esses dados, analisando as principais barreiras para a leitura e fazendo um paralelo com as atividades que as pessoas preferem realizar em seu tempo livre. Boa leitura!
Barreiras para a leitura entre leitores
Mesmo entre aqueles que se consideram leitores, há uma série de obstáculos que limitam o tempo dedicado aos livros. Conforme o estudo, 75% dos leitores em 2024 afirmaram que gostariam de ter lido mais, mas não conseguiram.
A principal razão para isso é a falta de tempo (46%), que aparece como o maior desafio para quem deseja ler mais. Além disso, outros fatores contribuem para essa realidade:
- Preferência por outras atividades: 9% dos leitores disseram que optam por outras formas de entretenimento ou ocupações em vez de ler.
- Falta de paciência para ler: 8% mencionaram que não têm paciência para se dedicar à leitura.
- Cansaço: Outros 7% alegaram que se sentem muito cansados para ler.
- Preço alto dos livros: para 5%, o custo dos livros é uma barreira significativa.
- Dificuldades para ler: 3% dos leitores enfrentam problemas de compreensão ou outras dificuldades relacionadas à leitura.
Esses dados mostram que, mesmo entre os leitores, a leitura compete com outras prioridades do dia a dia, como trabalho, estudos e lazer digital. A correria da vida moderna e o acesso fácil a outras formas de entretenimento, como redes sociais e streaming, acabam reduzindo o espaço dedicado aos livros.
Barreiras para a leitura entre não leitores
Entre os não leitores, as barreiras são ainda mais profundas e complexas. A falta de tempo também é o principal motivo, com 33% das respostas, mas outros fatores revelam desafios estruturais e culturais:
- Não gostar de ler: 32% dos não leitores simplesmente não têm interesse em livros.
- Falta de paciência: 13% afirmaram que não têm paciência para se dedicar à leitura.
- Dificuldades para ler: 6% enfrentam problemas de alfabetização ou compreensão.
- Preferência por outras atividades: 12% preferem ocupar seu tempo com outras formas de lazer.
- Cansaço: 4% disseram que se sentem muito cansados para ler.
Além disso, um dado preocupante é que 14% dos não leitores afirmaram não saber ler. Esse número reflete a necessidade urgente de políticas públicas que promovam a alfabetização e o acesso à educação, especialmente em regiões mais carentes. Outros motivos, como a falta de bibliotecas próximas (2%) e o preço alto dos livros (1%), também contribuem para afastar as pessoas da leitura.
O que as pessoas fazem no tempo livre?
Para entender por que a leitura não é uma prioridade para muitas pessoas, é importante analisar como elas ocupam seu tempo livre. Em 2024, as atividades mais comuns foram:
- Usar a Internet: 78% das pessoas passam seu tempo livre navegando na web.
- Usar WhatsApp ou Telegram: 71% utilizam aplicativos de mensagens.
- Assistir televisão: 60% preferem ver TV.
- Escutar música ou rádio: 57% optam por ouvir música.
- Assistir vídeos ou filmes em casa: 53% dedicam seu tempo a séries e filmes.
A leitura de livros, tanto em papel quanto digitais, aparece em 12º lugar, com apenas 20% das pessoas dizendo que sempre leem no tempo livre. Isso mostra que, mesmo entre aqueles que têm o hábito de ler, outras atividades digitais e de entretenimento acabam competindo pela atenção.
A preferência por atividades mais passivas, como assistir TV ou navegar na Internet, reflete uma tendência global de consumo de conteúdo rápido e imediato.
Diferenças entre leitores e não leitores
A comparação entre leitores e não leitores revela diferenças significativas no uso do tempo livre. Os leitores tendem a ser mais ativos em diversas atividades, incluindo a leitura, enquanto os não leitores têm uma participação menor em atividades culturais e educativas. Veja alguns exemplos:
- Leitores: 87% usam a Internet, 77% usam WhatsApp ou Telegram, e 37% leem livros.
- Não leitores: 70% usam a Internet, 66% usam WhatsApp ou Telegram, e apenas 6% leem livros.
Além disso, os leitores também se destacam em outras atividades, como escrever (58%), praticar esportes (33%) e passear em parques e praças (28%). Já os não leitores têm uma participação menor em todas essas atividades, o que sugere que o hábito da leitura está associado a um estilo de vida mais ativo e culturalmente engajado.
Conclusão
As principais barreiras para a leitura são a falta de tempo, a preferência por outras atividades e, em alguns casos, o desinteresse ou dificuldades para ler. Além disso, o uso intensivo da Internet e de redes sociais acaba ocupando grande parte do tempo livre das pessoas, deixando a leitura em segundo plano.
Para aumentar o hábito da leitura, é importante não apenas facilitar o acesso aos livros, mas também conscientizar as pessoas sobre os benefícios da leitura e promover atividades que incentivem o gosto pelos livros. A leitura pode ser uma fonte de conhecimento, entretenimento e crescimento pessoal, e superar essas barreiras é essencial para construir uma sociedade mais informada e reflexiva.
Fonte: 6º Retratos da Leitura no Brasil, IPL – Instituto Pró-Livro.
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