O setor editorial brasileiro passa por constantes mudanças e essas mudanças foram pontualmente influenciadas durante o período mais agudo da covid-19, entre os anos de 2020 e 2021. As editoras viram vendas nas livrarias de rua despencar, ao mesmo tempo que as compras on-line cresceram.
Mesmo com o fim da pandemia, o ambiente digital se fortaleceu como um canal importante para editoras de diferentes nichos. Ou seja, o comportamento dos leitores consumidores mudou definitivamente e as editoras foram obrigadas a se adaptar.
O relatório “Os Fatores de Transformação do Mercado Editorial Brasileiro“, produzido pela Nielsen BookData em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e a Câmara Brasileira do Livro (CBL), detalha esses impactos, com destaque para a distribuição de vendas por canais e tipos de obras em 2023.
Neste texto, vamos explorar os dados referentes à participação dos três principais canais de faturamento das editoras: livrarias exclusivamente virtuais, livrarias de rua e site próprio-marketplace. A análise foca em quatro categorias de livros: didáticos, obras gerais, religiosos e CTP (científico, técnico e profissional).
Boa leitura!
Qual a participação de cada um dos canais de venda de livros para as editoras?
Entenda como está o comportamento de consumo dos leitores, conforme o canal preferido para comprar livros.
Livrarias exclusivamente virtuais
As livrarias exclusivamente virtuais mostraram-se fundamentais para o mercado editorial brasileiro, especialmente para editoras que publicam livros de literatura e obras gerais e CTP. Os dados do relatório apontam que:
- 51,8% das “obras gerais” foram comercializadas por meio de canais exclusivamente online, o que evidencia uma forte adesão dos leitores de literatura e livros de interesse geral a esses canais.
- No segmento CTP, as livrarias virtuais respondem por 45,9% do faturamento, consolidando-se como a principal opção para obras voltadas a um público especializado.
- Em contrapartida, a participação de livros didáticos e religiosos é menor nesse canal, representando 15,7% e 15,2%, respectivamente. Esse índice reflete a preferência do público desses segmentos por outros canais, como livrarias físicas e plataformas próprias.
Esse aumento da participação das livrarias virtuais no setor editorial está atrelado ao crescimento do e-commerce e ao aumento do consumo de livros digitais, tendências que se intensificaram com a pandemia.
Livrarias de rua
Mesmo com a expansão do comércio eletrônico, as livrarias de rua continuam sendo essenciais para editoras, especialmente nos segmentos de livros didáticos e religiosos. O relatório revela que:
- Livrarias de rua representam 26,2% das vendas de livros didáticos e 34% dos livros religiosos. Este último número mostra a importância das livrarias físicas para o público religioso, que busca espaços dedicados onde possa encontrar uma variedade de obras.
- Em relação às obras gerais, as livrarias de rua ainda representam 27,1% do faturamento, destacando-se como o segundo canal mais relevante para este segmento.
- Para o setor de CTP, a participação das livrarias de rua é de 23,9%, demonstrando que, embora tenham perdido parte de seu protagonismo, ainda desempenham um papel importante na venda de títulos especializados.
O papel das livrarias de rua vai além da simples venda de livros, oferecendo um ambiente de imersão cultural e sensorial, atraindo um público fiel, que preza pela experiência de visitar uma livraria física e tocar um livro antes de comprá-lo.
Site próprio-marketplace
O canal site próprio-marketplace tem ganhado cada vez mais destaque, especialmente para editoras de livros didáticos e CTP. Segundo o relatório:
- 15,7% dos livros didáticos são comercializados por meio de plataformas próprias das editoras, uma alternativa valiosa para a venda direta ao consumidor.
- No setor CTP, a participação do site próprio-marketplace chega a 10,9%, o que também representa uma fatia significativa do faturamento.
- Entretanto, a presença desse canal nas obras gerais e religiosas é bastante limitada, com participações de apenas 1,3% e 5,1%, respectivamente.
Esse crescimento do site próprio-marketplace é impulsionado pelo desejo das editoras de manter um canal direto com o consumidor, otimizando margens e estreitando o relacionamento com o público. Esse canal também é uma resposta às mudanças nos hábitos de compra e ao fortalecimento das plataformas de marketplace no Brasil.
Conclusão
A pesquisa “Os Fatores de Transformação do Mercado Editorial Brasileiro” evidencia as mudanças nas preferências dos consumidores e os desafios das editoras para adaptar-se a um mercado em rápida evolução. Cada canal de distribuição cumpre um papel específico e reflete os hábitos de diferentes públicos. As livrarias exclusivamente virtuais consolidara-se como o principal canal para obras gerais e CTP.
Já as livrarias de rua continuam sendo o principal ponto de venda para livros religiosos e didáticos. E site próprio-marketplace surge como um canal de destaque para editoras de livros didáticos e CTP.
O mercado editorial brasileiro parece estar na sinergia entre os canais de venda física e digital, onde as editoras terão que continuar adaptando suas estratégias para atender à diversidade de demandas dos leitores e fortalecer sua presença nos meios onde seu público está. A análise do relatório destaca a importância de uma estratégia multicanal, essencial para que o setor editorial brasileiro se mantenha competitivo e relevante.
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