Recentemente, a timeline do meu Facebook tem sido tomada por eventos “mercadológico-literários”. Todos tem a mesma pauta: discutir o futuro do mercado, ebooks versus impressos (ainda), o papel de editores, para onde vamos etc. e tal.
Cansei de todos esses tipos de evento.
Para mim, esse negócio de prever o futuro é relativamente simples: basta olhar o presente e tirar dele tudo o que não faz sentido.
E o que não faz sentido?
Esses tipos de debate em si, como se qualquer conclusão que saísse deles fosse efetivamente mudar alguma coisa.
Qual o futuro do livro? O livro.
Simples assim.
As velhas editoras em seus modelos de distribuição arcaicos, cobrando fortunas justamente dos autores para entregar o que já se pode conseguir de graça, fazem sentido? Não, claro que não. Então devem eventualmente desaparecer.
Os profissionais do livro, como capistas, diagramadores, revisores etc., continuam sendo necessários? Óbvio que sim. Então devem não apenas continuar existindo, como também crescer enormemente pelas possibilidades de negócio que a Internet tem aberto a todos. Um parêntese aqui: só o Profissionais do Livro, que lançamos há alguns anos e nunca fizemos nenhuma divulgação extensiva na mídia, já tem quase quatro MIL profissionais vendendo e entregando seus serviços. Quer prova maior de mercado?
O futuro do livro é impresso ou digital? Sinceramente, isso importa? O importante não é apenas que as pessoas leiam (ou escutem, no caso de audiolivros)? E da maneira que melhor convier a cada um?
As livrarias tradicionais tendem a desaparecer? Bom… a partir do momento que você vai a uma livraria física e nunca encontra o livro que você procura – algo cada vez mais comum em um mundo com cada vez mais livros e menos espaços em vitrines – me parecem que, no mínimo, elas precisarão mudar.
Vejam… não estou tecendo nenhuma conclusão complexa, sofisticada, fruto de horas e horas de reflexão no alto de uma montanha no Tibet: estou apenas escrevendo o que parece o mais óbvio e ululante.
O que também é óbvio? Se há como se publicar gratuitamente, se há redes sociais para se construir seus próprios públicos, se há como distribuir os seus livros nas maiores livrarias do país sem pagar nada… então para que perder tempo discutindo o sexo dos anjos? Não é mais proveitoso sentar, escrever, publicar, divulgar e vender?
Não é para isso que todos estamos aqui, afinal? Para contar as nossas histórias para o mundo?