Não cheguei a publicar nada aqui no blog – as notícias já eram abundantes pela Internet afora sobre o assunto. Mas, claro, o incêndio que destruiu o que considero como um dos maiores templos da nossa cultura, o Museu da Língua Portuguesa, em 21/12/2015, foi – ao menos para mim – um dos mais tristes acontecimentos de um ano já repleto de tristezas e dramas.
2015, ainda bem, passou. Entrou para o passado como um capítulo tenso, complicado, repleto de estresses e angústias.
E 2016 chegou. Se você acessar os principais portais de notícia, de fato não terá a impressão que 2016 será muito diferente… Mas costumo gostar de cultivar algum otimismo, principalmente em meses de janeiro.
Nesse sentido, meu otimismo torce para que 2016 seja um ano de reconstrução. Reconstrução de um país em pandarecos, de uma economia em frangalhos, de uma autoestima nacional frustrada pelos assaltantes e estelionatários que, ironicamente, nós mesmos empossamos em Brasília.
Do ponto de vista da nossa cultura, bem maior de qualquer povo, essa reconstrução pode ser simbolizada pelo Museu da Língua Portuguesa. Não sei ao certo quais são os planos concretos do governo ou prazos para que as exposições voltem a acontecer no prédio histórico; não sei o tamanho do trabalho pela frente; não sei qual a vontade financeira, por assim dizer, dos patrocinadores de continuarem apoiando o nosso sagrado idioma em um ano tão complicado.
Mas sei que, se conseguirmos reerguer o Museu da Língua Portuguesa até o final de 2016, teremos dado um passo decisivo no sentido de curar as feridas e começar a tirar desta crise uma das suas maiores e mais invisíveis vítimas: a nossa cultura.