Entrevista com Rob Gordon, autor de Anônimos e Urbanos

Há pouco tempo, o Clube de Autores recebeu em suas páginas a publicação da obra “Anônimos e Urbanos“, de Rob Gordon. O título alvoroçou a rede a, em pouco tempo, já figura na lista dos 10 mais vendidos de outubro.

Curiosos, entramos em contato com o autor convidando-o para uma entrevista. Ele prontamente aceitou, como pode ser visto abaixo.

Antes de entrarmos nas perguntas, segue a sinopse da obra:

Nascido em 2007, o blog Championship Chronicles ganhou fama ao
apresentar crônicas e contos protagonizados por pessoas anônimas,
normalmente residentes em grandes cidades.

Assim, o blog tornou-se o lar dos solitários, dos anônimos, dos
desajustados emocionais. E também o lar dos sonhadores, das pessoas que
tiveram o coração partido, e daqueles que se apaixonam, sem nunca
desistir de procurar por algo, mesmo sem saber ao certo o que isso possa
ser. Pessoas que você encontra nas ruas, em bares, no ônibus, e, sem
saber o motivo disso, pergunta-se qual será a sua história.

Neste livro, nem tudo é verídico, mesmo tendo acontecido um dia.

Aqui, sente-se muito mais do que se pensa.

E não necessariamente se pensa sobre o que se sente.

Clube de Autores (CDA): Fale um pouco sobre “Anônimos e Urbanos“.
Rob Gordon (RG): Meu livro é uma seleção de crônicas ambientadas numa cidade grande. Os personagens principais são os habitantes deste lugar – que pode ser qualquer cidade do mundo. São os anônimos, as pessoas que moram no seu prédio, que cruzam com você na rua, no metrô. Então, eu conto um pouco a história deles – normalmente, abordando a solidão que eles sentem, algo bastante comum numa cidade grande, onde você pode estar rodeado de pessoas, mas, mesmo assim, se sentindo só. Meus personagens são pessoas que nas ruas, em restaurantes, em apartamentos, buscam algo que não necessariamente sabem o que é. Claro que algumas crônicas são mais leves, como Uma Segunda Chance, na qual um sujeito está no cartório tentando mudar a data de nascimento dele, porque ele quer voltar a ser adolescente. Mas, mesmo nessas, todos eles estão em busca de algo. Daí o nome do livro: Anônimos e Urbanos.

CDA: Anônimos e Urbanos tem um elo estreito com o seu blog. Como se dá a relação entre ambos?
RG: Na verdade, eu tenho dois blogs, e curiosamente o que virou livro foi o menos conhecido. Ele se chama Championship Chronicles (é um derivativo do primeiro blog, Championship Vinyl – uma homenagem, assim como meu pseudônimo, ao livro / filme Alta Fidelidade, do Nick Hornby). E, enquanto o primeiro (onde eu conto sobre meu cotidiano) é mais conhecido, o Chronicles, onde os textos tem formato de crônicas e contos, se encaixavam mais no formato do livro. Assim, até mesmo por ser o primeiro livro, quase um projeto-piloto, decidi que trabalharia com os textos dele.
 
CDA: Seria correto afirmar que o seu blog e as redes sociais como um todo servem de inspiração para você? De que maneira?
RG: Na verdade, o meu blog é mais que a inspiração, é a base do livro. A maioria dos textos do livro está no blog – apenas foram revisados, algumas mudanças foram feitas. A base é o blog – mas claro que existem textos inéditos, feitos exclusivamente para o o livro. Já as redes sociais também servem como inspiração: a internet, hoje, é um meio de comunicação e meus personagens estão, entre outras coisas, buscando modos de se comunicar com alguém. Mas a minha grande inspiração mesmo é a rua. Estou no metrô, olho uma pessoa sozinha, olho um casal, e tento imaginar a história por trás deles. Algumas outras histórias são situações, não literais, que eu vivi, ou amigos meus viveram, sempre com nomes fictícios, romanceadas. E, em alguns casos, como essa do homem que está no cartório, eu imagino a cena e penso: “o que será que aconteceria se alguém fizesse algo assim? Se alguém fosse ao cartório tentando virar jovem novamente?” Aí eu preciso escrever para saber como isso acaba. Descubro enquanto escrevo.

CDA: Como você tem divulgado a sua obra?
RG: Uma grande vantagem que tenho é possuir uma rede de leitores já formada. Então, minha maior divulgação, por enquanto, tem sido o blog e o boca-a-boca que eles fazem, que tem sido bastante positivo, sobretudo no Twitter. Fiz uma promoção no Twitter, com o sorteio de um livro autografado, e a resposta foi bastante positiva. Em breve vou fazer mais promoções no blog. E, além disso, estou pensando em ações “reais”, fora da internet.

CDA: Como os seus leitores tem respondido ao seu livro?
RG: Muito bem. O livro foi lançado há exatas três semanas e já está entre os 50 mais vendidos do CdA. E tenho recebido muitos elogios, mesmo de pessoas que já conheciam a maioria dos textos publicados. Adoraram o acabamento, a qualidade de impressão. E muitos deles ficaram felizes pois eu nunca escondi no blog que o meu sonho era ver os textos se tornando “papel”. A receptividade foi ótima.

CDA: Quais os seus planos para o futuro? Há algum outro livro em vista?
RG: Sem dúvida. Mas não tenho pressa, não quero colocar o carro na frente dos bois. Primeiro, quero trabalhar o Anônimos e Urbanos com calma, sem pressa. Ainda estou em lua de mel com o primeiro livro. Mas outros virão, com certeza. As idéias já estão aqui.

Para saber mais sobre Anônimos e Urbanos, clique aqui, no link http://clubedeautores.com.br/book/31586–Anonimos_e_Urbanos ou na imagem abaixo.

Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

5 comentários em “Entrevista com Rob Gordon, autor de Anônimos e Urbanos

  1. O Rob escreve como se ele estivesse contando uma estória para os amigos.
    É uma leitura gostosa e agradável. Se se dedicar à escrita fará muito sucesso!
    Recomendo seu livro.

  2. Bom, agora que já li o livro, posso comentar.
    É claro, que conhecendo o blog, eu esperava muito, e não me decepcionei, muito pelo contrário. O livro ficou realmente muito bonito, e sem contar os textos, que são incríveis.
    Parabén pro Rob, e que o livro faça muito sucesso.

  3. Faço minhas as palavras da Lilian: o Rob não escreve bem só comparado a blogueiros; ele escreve bem, e ponto final. Não importa se é para dar risada, chorar, pensar, sentir… qualquer coisa que sai das mãos desse homem é incrível.
    Este livro realmente me surpreendeu, e olha que eu sou fã do Rob há alguns anos.

  4. Virei fã do Rob no primeiro post dele que li. A qualidade do que ele escreve é coisa rara não só entre blogueiros, mas entre qualquer profissional da palavra. Se ele fez esse sucesso todo, é só porque é muito merecido. Parabéns Rob! Que venham os próximos…

  5. Vale lembrar que o Rob Gordon não tem essa "rede de leitores" já formada à toa. Ele tem um jeito cativante de escrever. Seus textos são deliciosos e fazem a gente se identificar com eles.
    Está de parabéns pela colocação no ranking de outubro!
    É uma vitória mais do que merecida! =)

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