Há pouco tempo, o autor Elenilson Nascimento publicou, aqui pelo Clube, a obra “Memórias de um Herege Compulsivo“.
Dado o teor da obra e o tanto que ela tem sido elogiada pelos leitores, decidimos, aqui no blog, reproduzir uma das críticas feitas a ela. O texto abaixo foi retirado do blog do autor, Literatura Clandestina, e foi escrito por Cristiane Pillar Cerchiano, professora universitária, crítica de cinema e literatura, colunista da Revista Nova Escola e escritora.
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UM HEREGE EM UM MUNDO QUE PODE SER, OU NÃO, IGUALMENTE “CÃO”
“Numa frase que encontrei no livro: “E aquele cachorro queria apenas ser gente” – Elenilson me fez pensar que as histórias em livros de ficção estão mais próximas da realidade do que gostaríamos que fosse!”
Por Cristiane Pillar Cerchiano*
O autor baiano Elenilson Nascimento reuniu 30 contos no recém-lançado livro Memórias de um Herege Compulsivo
com um toque de ironia ferrenho, muito típico desse autor, e em alguns
deles, fez uma criativa releitura de alguns dos seus textos publicados
no seu blog Literatura Clandestina,
adaptando-os à linguagem feroz do livro, sem desviar-se da moral das
histórias, que enfatizam o que pode ser feito de bom com o respeito
devido à literatura.
Em muitos destes contos, Elenilson faz valer os milagres do cotidiano, como em Cego num cubículo de pavões, Manifesto defensivo e contraditório e em O inferno de todos nós,
capturando-os para que não passem simplesmente como um fato comum,
assim como também o faz com as tragédias que assolam a
família/sociedade, descrevendo-lhes as consequências implacáveis, em O vendedor de picolé que amava Capitu ou no delicioso Virgem por conveniência, onde denota-se que o chamado destino é movido em grande parte por força superior.
Entre
outros contos, que às vezes parecem retratar apenas “trinta segundos”
na vida dos personagens; que apontam uma saída nada comum, como na
história do Miranda em O homem que se espremia no traje da cor do mundo em um momento de desespero; que mostram, como o autor descreve, em desencontros e despedidas.
Escolhi também destacar o conto “O menino que queria ser Waly Salomão
a que se atreveu a descrever de forma suave e ao mesmo tempo profunda,
o controvertido sentimento de perda da infância… Será mesmo
sentimento? Eu mesmo não consegui descrever e me confundir no meio das
minhas próprias conclusões. Elenilson foi simplesmente perfeito. E se
realmente isso existe, ele o foi. Pois que, já no meio do livro,
houvemos por bem chamar de “saudade” desses páginas do herege, onde
senti-las é quase o mesmo de não se sentir sentindo.
Já entre os
contos mais políticos não sendo de forma alguma politicamente
corretos – descobre-se que uma “inocente” e escorregadia estória, em A teus pés,
na verdade, é um caso de amor ilícito com um sequestrador, num
tumultuado enredo cheio de violência, amor e sexo. Numa frase que
encontrei no livro: “E aquele cachorro queria apenas ser gente”
Elenilson me fez pensar que as histórias em livros de ficção estão
mais próximas da realidade do que gostaríamos que fosse! O cânon do
gênio e seus três pedidos coloca em discussão as dificuldades entre
escolher ser humano ou permanecer cão… Em um mundo que pode ser, ou
não, igualmente “cão”.
Minhas observações finais e não menos
importantes: Elenilson Nascimento é um autor que trouxe a fantasia à
realidade em contos inspirados, suados e sofridos e fez com que as
notícias de jornais (crônicas mundanas) nos pedissem sua parcela de
sonhos para continuarem tendo sentido em sua existência, e também em
sua missão de registrar o cotidiano da humanidade.
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A capa do livro ficou excelente! Parabéns ao criador.
Qaunto é esse livro?
Oi, Douglas! É R$ 44,42 – dá uma olhada lá no http://clubedeautores.com.br/book/5077–MEMORIAS_DE_UM_HEREGE_COMPULSIVO_ .