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“Show, don’t tell”: o que é e exemplos práticos para aplicar na sua narrativa

Se você é um autor independente em busca de maior profundidade e impacto em suas histórias, certamente já ouviu o conselho: “Show, don’t tell”. Mas o que exatamente significa essa técnica? Como aplicá-la de forma prática? E por que ela é tão importante para a construção de narrativas envolventes? 

Neste post, vamos explorar tudo isso e ainda trazer exemplos práticos para você transformar sua escrita. Me acompanhe pelas próximas linhas e boa leitura!

O que é “Show, Don’t Tell”?

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Show, don’t tell” é uma técnica narrativa que convida o escritor a permitir que o leitor experimente a história por meio de ações, diálogos, sensações e detalhes, em vez de simplesmente informar o que está acontecendo. Em vez de dizer “João estava nervoso”, você mostra João tamborilando os dedos na mesa, desviando o olhar e mordendo o lábio inferior.

O conceito é frequentemente atribuído ao dramaturgo Anton Chekhov, que teria dito: “Não me diga que a lua está brilhando; mostre-me o brilho da luz no vidro quebrado”.

Por que “Show, Don’t Tell” é importante?

  • Engajamento do leitor: “mostrar” cria cenas vívidas e envolventes, permitindo que o leitor se sinta parte da história, ao invés de um observador distante.
  • Profundidade emocional: ao mostrar emoções e reações, você permite que o leitor sinta com os personagens, criando empatia e conexão.
  • Construção de mundo: detalhes sensoriais e ações tornam o cenário mais realista, ajudando o leitor a “ver” e “sentir” o ambiente.
  • Dinamismo: narrativas que mostram são mais dinâmicas e menos monótonas, evitando longos blocos de exposição.

Como aplicar o “Show, Don’t Tell”, na prática

Agora, vamos detalhar como você pode aplicar essa técnica nos seus livros.

1. Use detalhes sensoriais

Ao invés de dizer que um personagem está com medo, descreva suas reações físicas: suor nas mãos, respiração ofegante, olhos arregalados.

Exemplo:

  • Tell: Maria estava assustada.
  • Show: Maria recuou um passo, o coração martelando no peito, enquanto seus olhos procuravam uma saída.

2. Aposte em diálogos e subtexto

O que os personagens dizem (ou deixam de dizer) pode revelar muito sobre suas emoções e intenções.

Exemplo:

  • Tell: Pedro estava bravo.
  • Show: “Está tudo ótimo, sim”, disse Pedro, apertando os punhos sob a mesa.

3. Descreva ações e linguagem corporal

Ações falam mais alto que palavras. Mostre emoções por meio de gestos, postura e pequenas atitudes.

Exemplo:

  • Tell: Ana estava feliz.
  • Show: Ana caminhava saltitante, um sorriso largo iluminando seu rosto.

4. Escolha verbos fortes e específicos

Evite verbos genéricos. Prefira aqueles que transmitam movimento, intensidade e intenção.

Exemplo:

  • Tell: O cachorro foi até a porta.
  • Show: O cachorro disparou até a porta, arranhando a madeira com as patas ansiosas.

5. Explore o ambiente

Use o cenário para refletir o estado emocional dos personagens ou para criar atmosfera.

Exemplo:

  • Tell: O quarto estava bagunçado.
  • Show: Roupas espalhadas cobriam o chão, livros empilhados de qualquer jeito e uma xícara de café esquecida na escrivaninha.

Desafios para aplicar o “Show, Don’t Tell”

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Apesar dos benefícios, aplicar essa técnica pode ser desafiador:

  • Equilíbrio: nem tudo precisa ser mostrado. Excesso de detalhes pode tornar a narrativa lenta e cansativa. Use o “tell” para informações rápidas ou menos relevantes.
  • “Pacing”: mostre nas cenas-chave, onde o impacto emocional é maior. Em passagens de transição, o “tell” pode ser mais eficiente.
  • Clareza: mostrar demais pode confundir o leitor se faltar contexto. Certifique-se de que as ações e detalhes realmente comunicam o que você deseja transmitir.
  • Tempo e revisão: escrever mostrando demanda mais tempo e revisão, pois exige escolhas precisas de palavras e imagens.

Quando “Tell” também é válido?

Nem sempre mostrar é a melhor escolha. O “tell” pode ser útil para:

  • Resumir informações menos importantes;
  • acelerar o ritmo da narrativa;
  • evitar repetições desnecessárias;
  • manter o foco no que realmente importa para a história.

Exercícios para praticar

Teoria explicada, é momento de aplicar a técnica. Papel e caneta na mão, exercite:

  • Reescreva trechos: pegue frases “tell” do seu texto e transforme-as em cenas “show”.
  • Liste emoções: para cada emoção, escreva três maneiras de mostrá-la por meio de ações ou sensações.
  • Descreva ambientes: escolha um cenário e descreva-o usando todos os cinco sentidos.

Conclusão

Dominar o “Show, don’t tell” é um diferencial para autores independentes que desejam criar histórias mais profundas, envolventes e memoráveis. 

Lembre-se: o segredo está no equilíbrio e na intenção. 

Mostre o que importa, conte o que for necessário, e permita que o leitor viva a experiência com seus personagens. Pronto para transformar sua narrativa? Compartilhe nos comentários exemplos de como você aplicou o “Show, don’t tell” em seus textos!

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