Segundo os gregos, Caos foi a primeira divindade do universo, a primeira de todas as consciências supremas. Suas características: a desunião, a ausência, a confusão, a cisão.
Pior que o nada, o caos era uma espécie de pandemônio em que tudo o que existia morava em um caldo conflituoso, amorfo. Ele tinha um oposto que surgiu algum tempo depois: Eros, divindade que representava justamente a união dos elementos na primeira estipulação de ordem do universo.
E por que isso é importante? Porque há, obviamente, doses de caos em tudo o que nos cerca hoje.
Sempre que se percebe conflitos, ineficiências, frustrações em aspectos profissionais ou pessoais, é porque há algum tipo de manifestação de Caos na vida cotidiana.
E Caos pede Eros assim como confusão pede ordem.
Problemas, seja no âmbito pessoal ou profissional, pedem soluções. E a melhor maneira de se inovar é justamente perceber as pequenas ou grandes manifestações de Caos que transitam pelo cotidiano de um determinado perfil de público.
Quanto mais forte e disseminado esse caos, mais intensa é a oportunidade de negócio a ser buscada.
Muitos acreditam que inovar é sobre criar uma solução elegante para alguma coisa qualquer e esquecem que o ponto mais importante é detectar um problema concreto, crítico, a ser resolvido. Mas inovar não é ciência criativa: é a arte de perceber problemas reais, de enxergar o Caos em seus mínimos contornos.
A solução, tal como Eros, é o que vem depois. É o segundo passo.
Ou, colocando em outros termos: não há livro ou história que sobreviva à falta de conexão com a realidade, os sonhos ou as angústias de seus leitores.
Um comentário em “Sobre os deuses Caos e Eros”