Não há, no mundo, nenhuma estirpe de escritores mais incrível que a brasileira.
Por favor não entendam essa minha opinião como xenófoba ou preconceituosa: já me derramei em elogios, em posts passados, por autores dos quatro cantos do mundo. Mas nenhum deles consegue casar a delicadeza revolucionária da linguagem com a brutalidade desconcertante dos temas como os nossos.
Tá… talvez essa seja uma opinião que se pode esperar de um brasileiro que, obviamente, compartilha os mesmos panoramas culturais que esses autores…
Ainda assim, é uma opinião que insisto em repetir.
Não há, no mundo de fora, nenhum autor que tenha conseguido captar a essência da vida de maneira tão incrível quanto Guimarães Rosa. Não há nenhum poeta tão embasbacante quanto Manoel de Barros. Não há cronista de cotidianos como Alcântara Machado. Não há nenhum retratista de lugares e épocas como Jorge Amado.
Mas sabe qual o problema do parágrafo de cima? Todos os meus exemplos são feitos de cadáveres.
Será que ainda somos um país de escritores geniais ou que, um dia, fomos – e deixamos de ser?
Quero crer que ainda sejamos – muitos dos livros do Clube que leio me apontam para essa conclusão.
Só que livros são feitos de leitores e, enquanto o público brasileiro insistir em comer apenas a literatura empacotada vinda da Europa ou dos EUA, dificilmente conseguiremos consolidar carreiras de novos mestres nossos.
Passou da hora de nos lermos mais e de nos concentrarmos mais na nova literatura produzida por aqui.