Nessa última semana, uma leitora daqui do blog nos enviou uma pergunta sobre direitos e questões envolvendo a forma de publicação tão interessante que decidi publicar aqui, como um novo post. O que é interessante? Ela acaba resumindo em sua questão muito do que muitos autores nos perguntam diariamente, seja por aqui pelo blog ou pelo Facebook.
Nossa resposta foi a mais sincera possível (obviamente). Vamos a ela, então:
Pergunta:
Boa Tarde
Primeiro, parabéns pelo blog me ajudou muito nos últimos dias.
Eu decidi encarar de vez o mundo dos “escritores” e enviei meu “livro” para uma editora publicar. Por diversos motivos, no meu caso, neste momento é melhor que tenha uma editora por trás me apoiando. Enfim, sobre o registo ISBN, a editora vai fazer esta solicitação por mim. Fiquei insegura, pois não sei ainda como funciona. Então minha dúvida é: Qual a melhor opção? Eu mesma fazer ou a Editora? Quais são os prós e contras de ser a Editora? Eu correria algum “risco” se daqui um tempo decidisse publicar com outra Editora?
Resposta:
Oi Débora! Muito obrigado pelas palavras! Vou me permitir ser o mais sincero possível com você. Todos nós, escritores, sempre preferimos ter editoras nos apoiando – esse sempre é e provavelmente sempre será “o” sonho de consumo. O problema é que, na quase totalidade dos casos – e falo não apenas por experiência própria, mas também pelo tanto que já conversamos com outros autores – esse “apoio” é muito mais teórico do que prático. Quando uma editora cobra do autor, ela está fazendo uma venda e sim, promete distribuição e tudo mais. Mas ter distribuição não significa estar presente em todas as livrarias ou mesmo em uma única vitrine, que é o que realmente faz a diferença. A grande maioria das editoras também não faz marketing bem feito, incluindo uma verba definida para campanhas em redes sociais etc. – em grande parte porque, hoje, isso é responsabilidade do autor.
Aliás, o maior erro que um autor pode cometer e acreditar que uma editora, qualquer que seja, fará o trabalho de divulgação do seu livro. Isso quase nunca ocorre exceto por um ou outro raríssimo caso. Você nos pediu dicas e a primeira e mais importante é: seja autopublicando ou publicando por uma editora, tenha a mais absoluta certeza de que a única pessoa que realmente capitaneará o marketing do seu livro será você – mesmo que alguem tenha te prometido o oposto. Aprofunde-se no assunto, estude casos de outros autores da Internet e coordene toda a comunicação do seu livro.
E, se seguir por uma editora, tome muito cuidado com o contrato. Assegure-se de que o tempo mínimo de exclusividade que a editora exige é justo, veja direitinho quais os direitos que estará cedendo a ela e o que, exatamente, ela fará. Normalmente o ISBN fica a cargo da editora – mas nada impede que você mesma o tire. O processo é simples e relativamente rápido – ele só parece burocrático.
Finalmente, sobre riscos, o que eu te diria é que todos corremos a partir do momento em que decidimos publicar (e, portanto, tornar públicas) as nossas histórias. No entanto, eu diria que é um risco pequeno, minimizado mais se você se assegurar dessas questões contratuais.
Espero ter ajudado e, do fundo do coração, desejo toda a sorte do mundo em sua empreitada! Parabéns: escrever um livro decididamente é um marco na vida de qualquer pessoa e uma impressão da nossa vida que deixamos para toda a eternidade!